Coluna “De Carro Por Aí” – Roberto Nasser

                                                        

Coluna 2013  15.Maio.2013

Novo chinês, novo nível.

Se lhe perguntarem opinião sobre o Lifan, SUV chino-mercosulino finalizado no Uruguai, responda que está num patamar evolutivo. É sintética porém correta visão, nesta quadra de tempo e de mercado onde convivemos com enorme leque de novas marcas e procedências. No caso, a poderosa e vária tropa chinesa vem apresentando marcas e modelos absolutamente desconhecidos, misto de curiosidade, preço, conteúdo, mas com ponto comum: em construção ainda não atingiram os níveis dos fabricantes tradicionais.
O Lifan X60 está nesta categoria evolutiva. Mantém as instigações, em especial conteúdo, equipamento e preço. Entrega a conformação sugerindo valentia, o posto de condução superior, a fortaleza com auto noção assumida pelo usuário. Complementa-a com leque das facilidades oferecidas pela eletrônica – chave não usada como chave, apenas como presença, piscas nos espelhos, faróis acesos 30s pós desligamento do carro, tv, sensor de ré, e mais o arroz com feijão atual: ABS+EBD, ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos. O motor é de quatro cilindros, transversal, 16V com acionamento variável. Desloca 1,8 litro e produz 128 cv e 16,8 kgfm de torque. Suspensões independentes e freios a disco nas 4 rodas. Câmbio mecânico, com 5 velocidades, tração dianteira.

Diferenças

Segue a receita traçada pelos JAC quando chegaram ao Brasil: completos, sem opções, a preço de concorrentes menos dotados. Os chineses, todos, não querem se submeter ao raciocínio que a origem os obriga a ser baratos. Lenta, mas inexoravelmente, aproximam-se dos carros de montadoras tradicionais – e o preço vem junto. Preferem esculpir a imagem do carro completo a preço agradável. No caso, R$ 52.777.

Renascer

No Brasil a marca era representada pela Effa. Negócio não deu certo e a Lifan assumiu a representada, incluindo a pequena fábrica que operava a 50 km de Montevidéo, Uruguay. Aplicou, diz, US$ 80M no negócio, em especial para criar centro de distribuição de peças e ter a operação num condomínio industrial em Salto, SP. A operação, para não se submeter aos ofensivos impostos, passa pela importação dos automóveis semi desmontados para o Uruguai, complementação e montagem com peças regionais. Assim, com 1/3 regionalizado, entram sem a super imposição tributária.
A Lifan simboliza sua vinda com o X60. Quer esquecer os 320 e 720 – os primeiros, inspirados no Mini – que ficaram órfãos. A montadora já não mais os fabrica, mas quer fidelizar clientes, dispondo-se a suprir peças e assistência técnica. Tens problema ? Procure um revendedor. Não resolveu ? Faça pelo sítio da montadora, no Reclame Aqui.

 Em resumo

É sintonizado com os concorrentes. Mais moderno que Caoa Tucson e Chery Tiggo e, pelo preço, mais equipados que Ford EcoSport e Renault Duster. Não é alemão em folgas, ajustes e alinhamentos, mas é um nível superior aos chineses que conhecemos.
A Lifan diz-se a maior exportadora do setor; tem fábricas em sete países, operação em 70, e tem grandes planos para a América Latina, incluindo fábrica de motores no Uruguai. Quer, em 2015, fazer 40 mil veículos ano.
Neste exercício, vender 400 unidades mensais pelos atuais 26 revendedores.
Terá garantia real – não é seguro bancário –, de cinco anos e atendimento de socorro 24h ao dia. Yin Mingshan, fundador, CEO, diz focar em serviços e entende que consertos devem tomar, no máximo, 24h.
A empresa, pequena em 60 funcionários, é liderada localmente pelo experiente José Roberto Favarin, ex diretor da GM no Brasil, de onde trouxe equipe de vendas e serviços. A Lifan, como dito, está num patamar evolutivo.

 X60, nova cara da Lifan, chinesa em evolução

Roda-a-Roda

Prêmio – Chamando-o Beleza Triunfante, a revista alemã Auto Bild deu título ao novo Mercedes CLA eleito por seus leitores como o carro mais bonito da Alemanha.  O automóvel, de novo segmento criado pela Mercedes para conquistar clientes de menor faixa etária, será produzido no Brasil – como a Coluna antecipou em outubro.

Lamborghini Egoista – dizem, design pelo Batman. 

Claro – Para comemorar seus 50 anos, a Lamborghini fez protótipo, unidade única, apenas para o condutor – ou piloto. Nada divulgou sobre mecânica, mas pode perfeitamente calçar um motor W16 de Bugatti e cavalaria acima do milhar. O nome é auto explicativo: Egoista. Ver também photos growing Egoista collection on Instagram.

Direção – Jaguar após lançar a linha F Type 2014 foca ampliar mercado e clientela, e reinicia traçar ligações com corridas. Terá equipe na Mille Miglia, mais prestigiosa das provas para veículos antigos: três C-Type – um do penta campeão mundial Juan Manuel Fangio -, e um XK 120 – com um destes o agora Sir Stirling Moss ganhou e traçou caminhos. Além dos antigos, cinco novos F Type para apoio e charme. Maio, 16 a 19.

Exceção – Quando a Suzuki deixa o mercado estadunidense e a Mitsubishi revê suas contas, a Subaru quer fabricar mais 30% em Lafayette, Indiana. Lá produz o Impreza. Negócio de US$ 230M.

Negócio – Prevista para 2016, a ampliação permitirá equilíbrio menos tensional com produção de 100.000 unidades/ano.

Traseira – A GM estuda a volta de esportivo pequeno, tração traseira, motor 4 cilindros em linha, turbo, e V6 aspirado, peso máximo de 1.250 kg. Reconhece, não deveria ter matado o Pontiac Solstice. Mas crise é crise, e na GM em 2009 valia tudo, incluindo apequenar-se, dando fim às divisões Pontiac e Saturn.

Patrocínio – Alfa Romeo divulga patrocinar o circuito de Monza nos próximos anos. Será sede de eventos e nas provas fornecerá Safety e carros de serviço.

O Safety Car é desenvolvido sobre o novo MiTo SBK Limited Edition, 1.4, 170 cv, vendida em 200 unidades.

RAV2 – Repetindo o passado a Toyota vende o modelo RAV4 com tração nas duas rodas. Contrassenso ao nome, que significa Veículo Recreacional com tração nas 4 rodas. Devia, por honestidade, chamá-lo RAV2.

Conforto – A Fiat estendeu aos Palio Essence, Sporting, e ao Grand Siena Essence com o motor 1.6, 16V, a opção da transmissão com Dualogic Plus. O sistema automatizador, o melhor do país, dá aos motoristas o conforto de uso das transmissões automáticas, custando e gastando menos que estas.

Promessa – Mesma Fiat flexibilizará o motor 1.4 MultiAir, hoje no mexicano modelo 500. Diferença ao 1.4 feito aqui é o cabeçote, e aí está toda a diferença. O sistema gere admissão de ar, aumentando performance, diminuindo consumo e emissões. Integrará a grande mudança de produtos que a Fiat inicia engrenar.

No nariz – Especialista Gabriel Rossi diz, o marketing olfativo é cada vez mais explorado pelas marcas. Associando um aroma, agradando o consumidor, instiga fidelizar-se. Mas exige sensibilidade. Errou o aroma, repulsa o cliente.

Urubu – Em 1976 fotógrafa Claudia Andujar pegou um VW 1300 preto, apontou-o para Roraima, andou 16 dias e foi-se às aldeias Ianomâni. Viagem documentada e exposta até 30/6 na Galeria Vermelho, rua Minas Gerais, 360, S Paulo – SP. Chama-se “O Vôo do Watupari” – urubu em Ianomâni.

Retífica RN – Coluna passada informou, o Audi RS4 Avant, super station com motor 4.2, e comportamento esportivo, produzia 450 cv com auxílio de turbo. A Audi diz ser por aspiração normal. Competente.

Patamar – Assim, se o motor Audi produz 450 cv em 4.2 litro de deslocamento significa, a cada 1.000 cm3 fabricar 106 cv, com aspiração atmosférica. Outros bons VW, como o Tiguan, o Jetta, o Passat CC, e Audis de 4 cilindros, produzem em torno de 100 cv/litro, com turbo. É novo patamar de desafio em engenharia.

Imprensa – Vi, em Brasília, o Vrum, programa de automóveis da TV Alterosa, transmitido pelo SBT. Irretocável, como sempre, e como das boas referências no setor. Entretanto sem anúncios nacionais ou locais do tema automóvel.

Sensação – Falta de patrocinadores sugere, Alterosa e/ou SBT não tem interesse sobre o programa, não indo ao mercado para captar anunciantes. E, a continuar assim, sem anúncios que paguem a conta, sugere o pior – acabar com o bom Vrum.

Marco – Revista Automotive Business fará edição especial sobre os 20 Milhões de carros Flex no Brasil.

Não, não, e não ! – Aparentemente foi o que o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, muitas empresas em torno da representação da Hyundai de automóveis, ouviu à sua aspiração de tornar-se banqueiro através do Banco BVA.

Não !! – Credor da instituição, o Dr Caoa propos fórmula criativa: pagaria aos credores 35% do valor de suas aplicações e outros 35% com operações do banco. Não conseguiu o percentual mínimo de adesões. O dr Caoa é bem conhecido na praça.

Óptica – Razões desconhecidas, o FNM JK, depois 2.000 e 2.150, assim como seu derivado e sucessor Alfa Romeo 2300 não instigam colecionadores, apesar de preencherem as características exigidas para tanto, a começar pela mecânica à frente de todos seus coetâneos.

Foco – Uma das mais referenciais coleções de Alfa em todo o mundo, a do cirurgião Axel Marx, em Lugano, Suiça, reúne, dentre os mais relevantes modelos, três brasileiros: FNM 2150; e Alfas 2300 e o Rio, aqui produzido embora desconhecido pois destinado a exportações.

Alfas brasileiros, coleção suíça. Exemplo

Gente – Antonio Sérgio Rodrigues, engenheiro, mudança.
Sai da Fiat para a Hyundai – a original -, onde coordenará pré vendas e concessionárias na distribuição dos atuais HB20.
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