Coluna do Borracha : A força dos astros

A força dos astros

Acabou a Fórmula 1 em 2010, ano em que estiveram na pista o maior número de pilotos com títulos mundiais. Uma constelação que viu nascer uma nova e reluzente estrela: Sebastian Vettel.

Graças aos céus prevaleceu a máxima que sempre defendi: o melhor tem sempre que vencer!
Foi o campeonato mais disputado e indefinido desde 26 de outubro de 1986 quando Alain Prost, na Austrália, ganhou a última corrida do ano e o seu segundo título mundial, desbancando os favoritos Piquet e Mansell.
Coincidência ou seria realmente a força do destino?
Quase nove meses depois, no dia 3 de julho de 1987 nasceu em Heppenheim, antiga Alemanha Ocidental, o terceiro dos quatro filhos da família Vettel, que era um terror na escola e tinha três Michaels como seus grandes heróis: o Schumacher, o Jackson e o Jordan. Ele queria ser cantor, graças a Deus mudou de idéia para a alegria do automobilismo e de quem vive e gosta desse esporte pra lá de sensacional.
Esse canceriano leva nas costas o peso de ser o melhor alemão da era pós-Schumacher, lutou como um leão para conquistar o campeonato mundial em conjunto com a equipe mais profissional e mais limpa do automobilismo, a Red Bull.
Com o melhor carro à disposição e a torcida interna e externa, não podia dar outra, venceu e convenceu todos que ele é realmente “O Cara” a ser batido em 2011.
Mas vamos falar do GP de Abu Dhabi, ou Pai da Gazela na tradução para o português, que aconteceu numa ilha artificial que dá nome ao circuito. Yas Marina, como foi batizada, é um dos maiores complexos de entretenimento construído pelo homem e que tem entre outras coisas hotéis, parques temáticos e uma pista de corridas.
Foi nesse mundo dos sonhos das mil e uma noites que o favorito Fernando Alonso viu o dele acabar logo na largada quando perdeu o terceiro lugar pro Button. O segundo no campeonato, o pra lá de mala Mark Webber então nem parecia alguém que estava disputando um título mundial, parece que sentou no carro vestindo um pijama de bolinhas e pantufas, tamanho o empenho que demonstrou durante as 55 voltas da corrida. Ta na hora mesmo dele pegar o boné e ir curtir as férias em Surfers Paradise, junto com a família e deixar essa coisa de corrida de automóvel pra quem tem sangue nas veias e não se abala em hora da decisão. É fácil ser banana de pijama, o duro é ser piloto de macacão. Já Hamilton, Button e a McLaren mostraram como fazer jogo de equipe sem usar o rádio, fizeram uma corrida e um campeonato pra lá de competente e só não chegaram lá por causa da enorme diferença que era a equipe Red Bull.
Lá na frente, quem dava as cartas era o deutch fliegen (ou alemão voador se preferirem) Vettel. Sempre sendo mais rápido, sempre colocando vantagem nos adversários, foi o primeiro a ver o dia acabar e a noite começar com a vitória e o título cada vez mais perto. Cruzou em primeiro, chorou, agradeceu, riu, gritou e se tornou o mais jovem campeão do mundo de Fórmula 1.

Aos outros ficou apenas a função de aplaudir os melhores do ano.

Foi um campeonato limpo, bem disputado e cheio de alternâncias e com apenas um senão: a sempre chorona Ferrari. Alonso é um grande piloto, mas usa de elementos fálicos para conseguir seus objetivos. Foi incapaz de ultrapassar o Petrov durante a corrida e ficou nervosinho depois da bandeirada, fez sinal feio, reclamou. Queria o que? Que o russo desse passagem pra ele porque é o Alonso e a Ferrari? E quer saber mais?

Bem feito que a Ferrari e o espanhol se farraram!!!!

            Os nossos meninos fizeram realmente o que puderam e poucas coisas devem mudar pra 2011. Massa e Barrichello devem continuar na Ferrari e Williams, Bruno Senna deve ter uma equipe um pouco melhor ano que vem e o Lucas di Grassi ainda aguarda a confirmação de sua continuação na Virgin, que agora deve ter a seguinte grafia no nome: девственница.

O ano das coincidências acabou na Fórmula 1.

Nasceu um campeão diferente, menino, brincalhão e acima de tudo profissional. Nasceu uma equipe também diferente, competente, não influencia no resultado e coloca todo mundo no chinelo.
Alemães e austríacos, com uma mãozinha francesa, se uniram, vieram e venceram, mostraram uma força incrível e quase indestrutível e entram em 2011 prontos para dar sequencia ao sucesso alcançado esse ano.            Aos perdedores, as batatas, aliás muito apreciada em pratos germânicos, e que conforme diz seu hino (Das Lied des Deutschen – Canção dos alemães) Deutschland, Deutschland über alles, Über alles in der Welt – Alemanha, Alemanha acima de tudo, acima de tudo no mundo, mostra que realmente eles não estão desde sempre, brincando.
Antes do meu Auf Wiedersehen (até logo) quero convidar a todos pra acompanhar no fim de semana que vem o Bahia desafio de supermoto, que vai estar na Globo e no Sportv. É a maior novidade das duas rodas esse ano e na semana que vem eu volto pra contar tudo que rolou nesse evento.

Käse und Küsse
(Beijos e queijos)

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