A alegria voltou às pistas

 
Foi uma noite real e de gala a estréia da MotoGP no Qatar. O domingo teve de novo aquele ar alegre de dia feito para se curtir grandes espetáculos num hora que, para muitos, representa o fim da folga de uma semana de trabalho. Ter a felicidade de se poder sentar à frente da televisão e poder apreciar a saudável mistura de velhos e novos talentos na disputa limpa e acirrada em uma corrida de motocicletas faz com que a semana comece melhor.

                        Foi nessa batida que o show começou. O maior de todos era o mais cobrado e esperava-se dele o desempenho de anos atrás, mas como se ele tem, miseravelmente, 10 anos a mais que todos no grid?

                        Valentino Rossi é Valentino Rossi. Nem a sinusite da sexta e o momento errado na saída para a classificação perturbaram a cabeça do doutor. Saindo em sétimo ele, que não tem o hábito de largar bem, pulou pra quarto, ia começar a fazer a fila quando o pior de todos, o garoto enxaqueca Dani Pedrosa fechou a porta e fez ele voltar de onde largou. Aliás, o Dani Pedrosa eu não gosto e nunca gostei, já disse antes em uma coluna que a Honda e a Repsol investiram errado, ele pode até ter talento, mas nasceu com a estrela do “quase” na testa, mas, e sempre tem um mas, parece que agora com o Marco Marquez os bons ventos devem soprar para a equipe.

                        Voltando ao Valentino, a velha garra não estava morta nem guardada. A sua reação em sair de um pelotão de rodas presas e partir pra cima dos três que brigavam pela segunda posição foi no mínimo espetacular. Um segundo mais rápido que todos na pista, logo deixou os meninos em polvorosa, foi passando um após o outro até se enroscar com o Marquez, que, diga-se de passagem, como um gigante travou um sensacional duelo com o Valentino, coisa de gente grande, coisa de MotoGP. Acabou sucumbindo ao doutor, mas deixou uma cortina de areia entre ele e o Pedrosa, que, segundo dizem, pode estar perdendo a preferência na equipe já para esse ano.

                        O show do Valentino não foi coroado com a vitória e nem precisava, conquistou o mais espetacular segundo lugar que eu já vi na categoria, inclusive porque o Lorenzo largou e sumiu na ponta. Quem é rei nunca perde a majestade, mas sabe também cuidar dos súditos.

                        Ave Rossi, a alegria das duas rodas esta realmente de volta às pistas do mundo, pena o Brasil não ter ninguém participando desse espetáculo, mas é por enquanto.

                        Na mesma semana em que a MotoGP dava sua largada, a ABRACICLO divulgou os dados do primeiro trimestre desse ano, apontando um aumento na produção e vendas, elevando a expectativa do ano em 1.700.000 motos a serem produzidas e comercializadas. Pena os usuários não crescerem em educação o que o setor aumenta em números absolutos, mas é o Brasil.

                        Nesse mar de duas rodas, o quinto maior produtor do mundo ter apenas um representante no esporte e praticamente começando na Moto3 é no mínimo estranho, não é o ideal, mas é uma vela no fim do túnel. Eric Granado esta lá, não graças ao esporte no Brasil, mas sim ao seu pai e sua garra. Falei com ele ontem via Facebook, que me disse o seguinte: esse ano é novo pra mim, mesmo tendo corrido na moto2 ano passado. Esta é uma nova etapa, o nível é alto e não vai ser nada fácil, espero evoluir a cada corrida, tenho uma grande equipe, e podemos conseguir grandes resultados, basta ter paciência. Não tenho nenhum objetivo de colocação de campeonato ainda, eu quero pensar corrida a corrida e, com certeza no fim do ano o resultado vai ser positivo!

                        Cabeça boa e o piloto talentoso, com certeza vai chegar lá, graças à vontade dele e da família Granado, porque se dependesse do esporte no Brasil provavelmente estaria fazendo como nós, assistindo pela TV.
A gente se encontra na semana que vem!

 Beijos & queijos

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