A melhor tática do mundo


Entra ano, sai ano e a conversa continua a mesma: a tática de corrida é a responsável pela vitória. É uma bobagem sem tamanho, pensar em fórmulas mágicas para se conseguir o impossível é coisa da época dos magos e duendes, uma cultura que os ingleses espalharam pelo mundo e que faz com que muita gente sonhe com idéias mirabolantes, com misturas improváveis, com poções secretas em busca da glória, tudo isso não passa de conversa mole pra boi dormir.

Na corrida da china, país onde as especiarias despertaram a cobiça do mundo, as equipes caíram na ladainha do “vamos misturar pra ver no que dá” e acabaram se estrepando. Em alguns casos, teria até certa lógica se não fossem os outros carros na pista, mas, verdade seja dita, o melhor é fazer o básico e esperar pelo resultado.

A Ferrari fez com Alonso o básico: senta no carro, acelera e troque os pneus quando precisar. Foi isso e só isso que levou o espanhol a conseguir a vitória e assumir, mesmo que momentaneamente a liderança do campeonato. Eu já disse que essa fase não vale quase nada em termos de campeonato, é um grande caça níqueis que o Bernie arrumou pra agradar os povos do oriente porque o campeonato começa mesmo em Barcelona, abrindo as portas e os cofres da Europa para as equipes, mas essa fase vale como um bom exemplo de muita coisa que pode e que não pode ser feita, digamos que seja uma pré-temporada que vale pontos.

Tirando o vencedor, todos os outros pilotos têm uma desculpa para justificar o resultado ruim, todos pensaram em tática e não em corrida e deu no que deu. As mais esfarrapadas foram as que culpavam os pneus. Ora, eles não são os mesmos pra todos os carros? Em “baratas” da mesma equipe não pode, e não acredito que aconteça, existir uma diferença tão gritante entre um e outro, um gasta mais outro gasta menos, a diferença na verdade está entre o volante e o banco, alguns tem capacidade outros acham que tem capacidade de pilotar um carro. É como diz um amigo que trabalhou comigo anos na TV Globo: você tem que comprar o sujeito pelo que ele vale e vender pelo que ele acha que vale, com isso, vai ficar rico! Tem muito perna de pau que acha que é Pelé.

Méritos para a Ferrari de Alonso, para a Lotus do Kimi e para a Mercedes do Hamilton, que foram pra pista para correr e chegar lá, os outros fizeram parte, mesmo o Vettel dando um calor no Lewis no fim da corrida, foram coadjuvantes da tática simples e pelo que são muito bem pagos, correr.

Por falar em corridas, esse fim de semana tem barba, cabelo e bigode! As três melhores do mundo vão estar na tela: tem Fórmula 1 no Bahrain, MotoGP em Austin nos EUA e tem a Fórmula Indy nas ruas de Long Beach em Miami, um cardápio completo pra quem gosta de esporte a motor.

Já no Brasil, no domingo acontecem as provas de rally nos Xgames, que serão disputados em Foz do Iguaçu. O destaque fica para a competentíssima equipe Mitsubishi e o piloto convidado, Nelsinho Piquet. O rally, na verdade, esta se tornando um ponto de luz na escuridão que assola o esporte a motor no Brasil, anda praticamente com as próprias pernas e apenas paga a taxa da confederação para alguns diretores passearem na Europa. Eu sempre apoiei e vou apoiar o rally, uma modalidade que não precisa necessariamente de autódromos, e que tem como grande vantagem não atrair a atenção de dirigentes, até porque ninguém quer sujar a camisa branca de poeira, certo?