Nesta sexta-feira (03/9) os pilotos da Stock Car vão relembrar algo que há exatos 103 dias eles não fazem. Nas retas do Autódromo de Interlagos, em São Paulo, eles vão voltar a utilizar a sexta marcha, última engrenagem da caixa de câmbio dos bólidos da principal categoria do automobilismo brasileiro.
“Nem me lembrava mais que o carro tinha uma sexta marcha”, brincou o piloto Átila Abreu (Zinco Jeanswear/Santa Carolina/OTG/Baterias Líder). “Acho que nem sei onde ela fica e nem como usa-la”, sorriu o líder do campeonato da Stock Car.
A última vez onde os pilotos puderam exigir o máximo em velocidade de seus carros foi no dia 23 de maio, na corrida no circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Logo na sequência, vieram duas corridas em circuitos de rua: um deles estreante, na cidade de Ribeirão Preto (SP), e a outra foi na capital baiana, Salvador.
“Nestas duas pistas atingíamos só 200 km/h e usávamos até a quinta marcha. Saíamos lentos das curvas e as retas não eram muito longas”, explicou Átila.
Quase um terço de ano depois, Interlagos pode proporcionar um dos maiores prazeres que um piloto deseja numa pista de corridas: a velocidade! São dois pontos onde o pedal da direita dos carros da Stock Car vai até o fundo para atingir os 250 km/h, que ficam na reta dos boxes e na reta oposta.
“Nós somos pilotos porque gostamos de velocidade. Então, será um prazer voltar a usar a sexta marcha e poder usar todo o potencial deste carro maravilhoso”, disse Átila, que alcançou a sua primeira vitória justamente no circuito mais lento do calendário, nas ruas de Ribeirão Preto.
MILHÃO
Além de sediar a sétima etapa da Copa Caixa Stock Car, a partir das 10h50 de domingo (05/9) com transmissão ao vivo pela TV Globo, e ser a primeira pista que se repete na temporada – abriu o campeonato -, Interlagos também será palco da Corrida do Milhão Goodyear, onde o vencedor leva a soma nada modesta de R$ 1 Milhão. Esta é a segunda edição da corrida, realizada pela primeira vez em 2008 no Rio de Janeiro.
A prova é especial para os pilotos já que, além da motivação pelo prêmio – um dos maiores pagos em competições esportivas no país -, há o fato de ser a penúltima corrida antes da Super Final (que inclui as disputas de Londrina, Santa Cruz do Sul, Brasília e Curitiba), o que promete tornar ainda mais acirrada a briga pela vitória.
“Na verdade é uma prova interessante pelas condições que as novidades trazem. Será 15 minutos mais longa, com duas paradas para reabastecimento, então a estratégia será fundamental para chegar na frente. E ainda há a possibilidade de chover no dia. Tem de saber dosar a capacidade de andar muito rápido e poupar o carro para terminar. Essa será uma das grandes dificuldades dessa etapa”, ponderou o piloto da equipe AMG Motorsport (3M/ Poliron/ Beta Ferramentas).
Questionado sobre o que faria se ganhasse a bolada do prêmio dado ao vencedor, Átila Abreu, mesmo sendo o mais jovem piloto da Stock Car foi enfático e manteve os pés no chão.
“Antes de eu pensar o que farei com um milhão de reais, é preciso ganhá-lo. Claro, será extremamente bem-vindo e será muito bem usado para honrar os contratos com patrocinadores e a equipe, além de uma boa parte ir para os mecânicos, que fazem um trabalho árduo nos bastidores. Mas temos de encarar como uma corrida normal. Vamos colocar o carro na pista e acelerar para vencer. Se isso acontecer, o prêmio é a consequência. Então depois vamos pensar nisso direitinho”, ratificou o piloto que já garantiu a sua participação na Super Final que decidirá o campeão da temporada.
Confira a classificação da Copa Caixa Stock Car:
1º) Átila Abreu (SP), 94 pontos;
2º) Max Wilson (SP), 72;
3º) Ricardo Maurício (SP), 71;
4º) Cacá Bueno (RJ), 61;
5º) Nonô Figueiredo (SP), 56;
6º) Felipe Maluhy (SP), 56;
7º) Daniel Serra (SP), 54;
8º) Allam Khodair (SP), 47;
9º) Julio Campos (PR), 32;
10º) Thiago Camilo (SP), 28.