Renault F1: sem motivos para comemorar a primeira vitória

Alvo de um dos maiores escândalos da história da Fórmula Um, a equipe Renault F1 deixa de comemorar um dos feitos mais importantes também da história do automobilismo: a primeira vitória da marca francesa na categoria.

Há trinta anos, no GP da França, que foi disputado no circuito de Dijon-Prenois, a equipe Renault F1 ganhava com um revolucionário motor V6 de 1,5 litro, turbinado, o seu primeiro Grande Prêmio, pilotado pelo também francês Jean Pierre Jabouille. A equipe foi apresentada com uma mega festa no Pub Renault, fincado no quarteirão mais importante da avenida Champs Elises, em Paris, o Renault RS01.

A expectativa era enorme, pois até então, tirando a Ferrari que usava motores próprios, os demais times só usavam o Ford Cosworth V8 de 3 litros. Em Silverstone, templo sagrado do automobilismo na Inglaterra, com Jabouille pilotando a Renault estreava na Fórmula Um. Por sinal, esse GP também marcado por outro estreante: Gilles Villeneuve, com uma Ferrari. O carro treinou maravilhosamente bem, era um carro “bem nascido” e com um motor competente.

Porém, ai bem na corrida, até estourar o turbocompressor. Um batalhão de engenheiros passou a dedicar-se à evolução do motor e dar-lhe maior confiabilidade. No dia 01 de julho de 1979, depois de bater na trave várias vezes, chega a primeira vitória. Até sair da categoria máxima do automobilismo como equipe, em 1985, foram 18 vitorias.

A equipe deixou de existir, mas a marca francesa continuava a distribuir seu competente e veloz motor 1,5 litro V6 Turbo para várias equipes, como Lotus, Ligier e Tyrrell. A bordo de uma Lotus-Renault, Ayrton Senna conquistou em 1985 a sua primeira vitória, no GP de Portugal. Proibidos os motores turbo na Formula Um, a Renault voltou para a categoria fornecendo um motor tão competente e veloz como o anterior, para a Willians, só que V10. Com esse motor, os pilotos da equipe Williams, Nigel Mansell e Alain Prost venceram os campeonatos de 1992 e 1993.

Em 1995 passou a equipar a equipe Benetton que tinha como piloto, o novato Michael Schumacher. Foi com esse motor que Schumacher ganhou o seu segundo titulo e se despediu da equipe rumo à italiana Ferrari, onde ganharia mais seis títulos. Em 1996 e 1997 mais dois títulos com os pilotos Damon Hill e Jacques Villeneuve, de Williams. Curioso era que os seus pilotos eram filhos de ex-pilotos de Formula Um: Graham Hill e Gilles Villeneuve. No final de 1997 a marca francesa abandona a Formula Um. Em 2000, compra a Benetton e volta à categoria, onde ganha com Fernando Alonso os campeonatos de 2005 e 2006.