Usando o Renault Sandero 2015
É o mais vendido dos Renault, primeiro degrau após o Logan, iniciador da família ora ampliada com o Duster, e logo com picape de nome impronunciável.
Vende o dobro do pioneiro Logan, e a nova carroceria foi atualizada em desenho, marcado pela imposição da frente com atual assinatura automobilística da Renault, e vincos distribuídos para chamar atenção; bitolas mais largas – 33mm na dianteira e 25mm no eixo posterior auxiliam na imagem. O pacote sugere mais volume, exigência não explícita dos compradores.
Mecanicamente a Renault entendeu haver superado o período inicial de dúvidas, iniciado com o Logan, e resolveu ocidentalizar as sensações de condução aplicando coxins no sub chassis – no jargão de oficina o agregado – frontal, e revisão da suspensão dianteira. O automóvel parece mais firme no solo e de condução mais precisa. Pneus 185x65x15. Na prática 12 cm de lateral, poucos para a frequência e a variada profundidade de nossos buracos. Rasgo num deles em noite de chuva me deixou em situação de perigo tão latente quanto incômodo.
A preocupação da Renault em aproximá-lo das exigências, ou do gosto do comprador nacional, melhorou o revestimento interior – exceto laterais das portas – e reduziu os incômodos acústicos, porém melhoraria se tivesse mais material fono absorvente nas portas, providência mais adequada à pretensão do carro, sua pintura metálica, insertos cromados, itens de veículo de maior preço.
Há aplicativos acenando para o comprador, como o sistema multi mídia com navegador.
Motorista encontra boa posição, seu banco lembra o do Fiat Prêmio quando lançado, com área de contato mais que proporcional ao tamanho do veículo, e o espaço interno está na mesma surpresa – como o foi no pioneiro Logan -, bastante aos usuários dos bancos frontais e do traseiro.
Mecanicamente é agradável. O motor 1.6 está no final do seu ciclo nestes tempos da democratização da injeção direta e do turbo compressor. É o L4 1,6 litro, aprimorado há dois anos, buscando reduzir abrasão interna, apenas 8 válvulas, marcha à ré ante a versão com 16 válvulas lançada pioneiramente. Entretanto, para uso urbano a faixa de torque aparece em menores rotações, oferecendo o desejado pelo usuário longe das tecnicidades: passa o quebra molas em terceira marcha, sai em segunda quase do 0 km.
Potência pequena se comparado com japoneses, coreanos e até chineses, fazendo 98 cv com gasálcool e 106 cv com álcool.
O projeto da Renault para o Sandero lembra o praticado pela General Motors anteriormente: fazer carro para o seu vizinho achar legal e que você está bem na foto. Cuidados no visual, e economias no fora de vista. É o caso do tratamento externo cuidado, da pintura metálica, da central com o GPS, contra a economia dos forros de porta, no fono revestimento, na direção hidráulica – em lugar da elétrica – penalizando disposição e consumo do motor.
Consumo suportável, no circuito de aferição da Coluna, 320 km de circuito sub urbano; avenidas com sinais e pardais; estrada para 80 km, outra sem os denunciadores Passer Domesticus, grande auxiliar de faturamento dos Detrans e DERs; cidade do interior e uma légua de primeira – não da melhor qualidade, mas de primeira velocidade, no máximo segunda. Com gasálcool cravou 13,3 km/l e com álcool pouco acima de 10 km/litro. Marcas adequadas a motores agora superados.
Equipado, incluindo pintura metálica, navegador, ar e direção, se aproxima dos R$ 50 mil, mas como tudo nesta vida, em especial neste período da vida nacional, é conversável. A fim ? exercite seus dons.
Se fosse comprar um, optaria pela versão Stepway. Tem 4 cm a mais de altura livre do solo – 19 cm no total -; é visualmente mais composto, apesar da possibilidade de maior dano aos pneus com lateral de menor altura, em torno de 11,2 cm.
Não gostei
1. Espelhos retrovisores externos com pouca superfície;
2. Depósito do limpador do para brisas com pouca capacidade;
3. Arranjo das ferramentas, guardadas separadamente. Macaco preto, fixado com arte ao lado esquerdo e chaves de rodas, preta, contra tapete preto, à direita, difícil de localizar. Pior, os parafusos das rodas de liga leve não servem para a roda de estepe. Você deve procurar no manual e tentar descobrir onde está, ou pisar com virilidade e testosterona sobre a chave de rodas para deformar arruelas de trava.
Fácil consertar: quando isto ocorrer com um diretor da empresa.
Renault Sandero
Mercedes inicia nova fábrica para automóveis
Em Iracemápolis, SP, adquiriu fazenda com 2,465 km2 – uns 101 alqueires paulistas, uns 50 goianos – para fazer específica fábrica de automóveis. Não quis misturar manufatura de produtos leves com a de caminhões produzidos em números muito superiores às 20 mil unidades anuais lá pretendidas. Ações positivas da Investe São Paulo, agência de captação de negócios para o Estado de São Paulo costuraram facilidades estaduais e locais, viabilizando a fábrica em município sem intimidades industriais, de atividade agro pastoril e produção de cana de açúcar. Fica relativamente próxima do Porto de Santos, e a pouca distância do Aeroporto de Viracopos, especializado em cargas.
Razões de implantar nova fábrica de automóveis no Brasil fazem parte do largo programa de volta ao crescimento e liderança mundial dos automóveis Mercedes-Benz no segmento Premium. Programa ambicioso engloba mudança de produtos, ampliação de famílias, como a do Classe A, desdobrado em sedã e SAV. O mercado brasileiro para veículos do porte do Classe C e do GLA, anunciados como produzidos em 2016, dobrou entre 2010 e 2014, e cumprirá mesma performance até 2020, avalia Dimitris Psillakis, grego, que veio para estágio no Brasil e turbinou atividades, sendo indicado Diretor Geral para os assuntos de automóveis.
O total de investimentos é de R$ 500 milhões e o processo industrial incluirá armação com solda, pintura e montagem, passos à frente do hoje praticado pela concorrente BMW, recebendo da Alemanha carrocerias montadas e pintadas, para aplicar a mecânica igualmente importada.
Mercedes GLA. Made in Iracemápolis em 2016
Roda-a-Roda
Festa – Honda marcou data para lançamento de seu SAV HR-V: março. Fiat trabalha o mesmo mês para inaugurar sua fábrica em Pernambuco e iniciar vender o Renegade, concorrente frontal do novo Honda.
Agenda – Dificuldade é conciliar agenda do CEO Sergio Marchionne, do governador de Pernambuco, compromissos e interesse da Presidente Dilma. Ela não foi ou mandou o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio à fixação da pedra fundamental da fábrica de automóveis Mercedes.
Festa – Mercedes-Benz abriu a temporada de moda em S Paulo a Top Night, disputada festa na Casa Fasano em torno da exposição Pérolas Negras – 10 belas mulheres negras clicadas por Luiz Tripolli.
Futuro – Lá apresentou ao Brasil o Conceito G-Code, recém mostrado no Salão de Los Angeles, EUA. Absorve as exigências atuais: dimensões compactas, conectividade, pintura captando energia solar, mescla emoção e inteligência, segundo a direção de automóveis Brasil.
Atrás – BMW seguiu-a, como Baile Vogue, festa de Carnaval da revista. Segundo Nina Dragone, diretora de marketing da marca, patrocínio é forma de fazer a empresa vista por público alvo interessante.
Oficial – BMW aderiu ao Programa Nacional de Etiquetagem Veicular, do Inmetro, iniciativa de aferir eficiência energética – consumo e emissões. Aos poucos as montadoras chegam-se à medição oficial. Furtar-se, como o fazem algumas -, é fazer declaração pública do receio em comparações.
Queda – Outro mês presumidamente ruim para o mercado de importados: 7.478 unidades licenciadas em janeiro – 22,2% inferior a janeiro 2014 e 24,7% a dezembro. Fevereiro será pior pelo menor número de dias e pelo Carnaval; pela desfiliação da BMW, agora fabricante e levando suas vendas para as contas da Anfavea, a associação dos fabricantes.
Ponto de vista – Marcel Visconde, presidente da Abeifa, a associação dos importadores, apreensivo acompanha duas referências impactantes ao mercado dos importados: taxa de câmbio e o índice de Confiança do Consumidor. Uma em alta, outro em queda. Distância entre os dois constrange vendas.
Exceção – Em meio à retração do mercado, Audi comparou dados de janeiro 2013 e 2014 registrando crescimento de 90%, consequência de projeto, produtos, mão firme e confiável aos concessionários. Se tiver preço para o A3 Sedan nacional, a ser montado a partir do segundo semestre, crescerá mais.
Conta – Automóveis importados devem custar mais ante os montados ou produzidos aqui ? Em tese aritmética sim pelo fato de não pagar 35% de Imposto de Importação e 30 pontos percentuais por não ter fábrica no Brasil.
Sinal – Entretanto BMW, iniciando simplória montagem em Santa Catarina, vende o modelo 320 ao mesmo preço do importado. Pode ser mau sinal a ser seguido por Mercedes C e o Audi A3 Sedan.
Anote – Com os três maiores fabricantes alemães se instalando aqui para frequentar o mesmo segmento dos sedãs de entrada no mercado, como será definida a preferência por marca ?
Primeiro ano, por preço. Nos seguintes, custo e existência de partes para reposição.
Momento – Com dólar subindo se estás a fim de um importado, acelere. Os atualmente disponíveis foram importados em cotação menor e próximas levas incluirão repasses.
Antevisão – Volkswagen, há tempos, testa produtos da marca, nacionais e importados, com gasálcool a 27%. José Loureiro, gerente de carro completo diz, há aumento de consumo sem outros danos. O percentual é o desejado pelo governo federal para ajudar os usineiros.
Preparação – Querendo ter rede ampla e forte para assinalar volta da marca com operação no Brasil, Jeep corre no implantar rede de distribuição. Em Brasília, Viamotors, do grupo Primavia, acelera sua sede na via do Aeroorto, informa Wendel Rodrigues Lopes, diretor de marca Jeep. Também terá concessões em Valparaíso, Go e Barreiras, Ba.
Corrida, como a da Viamotors, em Brasília, para a volta da Jeep
Negócio – Para otimizar logística, economizando paradas e transportes internos, Toyota fará entreposto de distribuição no Porto de Suape, Pe. Hilux e SW4 da Argentina, por navio, e os produtos paulistas, Corolla e Etios, por caminhão. Área de 50 mil m2, processamento até 30 mil unidades/ano, emprego para 40 pessoas, início da distribuição ao Nordeste.
Furado – Ministério da Justiça comunica re call do Honda Fit 2015: tanque vasa – deficiência na solda perto do bocal de abastecimento. Explicação da Honda em firulas advocatícias diz: desvio de qualidade no processo produtivo do fornecedor. Na prática má qualidade do fornecedor. Tens ? Veja se está entre os chassis 93HGK58*0FZ220712 a 93HGK58*0FZ234739.
Conjuntura – Empresário brasiliense bem sucedido em áreas diversas incluindo distribuição de veículos, candidatou-se a revendedor Jeep. Ficha comercial densa, bons resultados, instalações invejáveis, aprovado com louvor no primeiro filtro da concedente.
Cautela – Tudo comercialmente certo, porém estadunidense diretor da marca ao saber do candidato com bens pessoais bloqueados para eventual ressarcimento a cofres públicos, surpreendeu e usou a lei Sarbane-Oxley, a SOX, para negar a pretensão. Lei surgiu nos EUA com o escândalo da Emron, empresa de energia, de balanços falsos. Não quer marca ligada a ficha suja.
Marketing – Restaurante curitibano Cidadão do Mundo Burgers & Arts criou atração homenageando o campeão mundial de surf Gabriel Medina: pão típico, hamburger de camarão, cream cheese, palmito, tomates confitados no azeite de oliva, manjericão fresco, polenta frita com ciboulette e molho aioli.
Será ? – Talvez, pelo sobrenome, Medina preferisse de pão sírio, kibe cru com cebola e hortelã …
Caminho – No leque de opções combustíveis, nova trilha: biometano, gerado a partir de produtos e resíduos orgânicos agro pastoris, aplicável em veículos, instalações residenciais e comerciais. Scania na frente com ônibus operacional no Rio Grande do Sul. Gás produzido pela Companhia de Gás do Estado.
Vantagens – Custo operacional 50% inferior ao diesel, menos emissões e menor ruído operacional.
Gente – Frank Sowade, brasileiro, engenheiro, diretor da fábrica Anchieta da VW, desdobramento. Presidente da SAE Brasil, entidade de engenheiros da mobilidade. Cledorvino Belini, presidente da FCA – Fiat+Chrysler – latino americana, patriota. Membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, montado pelo governo para ouvir líderes bem sucedidos e tirar o país do buraco industrial onde o meteu. Quem sabe, os 18 membros do Conselho expliquem à Presidente que, para sobreviver, a empresa Brasil não precisa de 39 ministros e 22 mil funcionários nomeados sem conhecer do serviço. Também, que a sociedade não deve sustentar um partido político. Tal permissividade quebraria qualquer empresa – como aliás ocorre.
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