Linea, agora como deveria ter sido
Quando lançado, em 2008, o Linea pretendia inscrever a Fiat como concorrente na faixa dos sedãs médios – Toyota Corolla e Honda Civic, sonho aspiracional de todo diretor de vendas de fábrica de automóveis no Brasil, Ford Focus, GM Vastra – entenda-o com o letreiro Vectra. O pacote envolvente se impunha com refinamento em decoração, a diferenciada opção do motor 1.4 Turbo com injeção direta. Mancava um pouco com o motor 1.9, misto de peças a partir do 1.600 com décadas de projeto, depois substituído pelo ex BMW 1.8. Diferente pelos conceitos torino milaneses em design e soluções. Pretendia a Fiat vender ambiciosas 2.500 unidades mensais.
Não deu certo. Honda baixou o preço do Civic em R$ 10 mil, quase chegando ao Linea. Jogava com o arraigado conceito de presumida confiabilidade nas marcas japonesas, e vendedores de outras marcas o comparavam nas medidas onde era menor: comprimento e distância entre eixos – na prática o espaço aos passageiros de trás. Ficou claro, ao decolar, o Linea levara tiros na asa.
O automóvel se manteve, digno, confiável, mas de procura restrita a 700 ao mês. O engano não foi no produto, mas na postura comercial.
Linea 2015. Deveria ter sido assim em 2008.
Regulagem
Em meio a múltiplas atividades, lançamento do Novo Uno, atualização e desenvolvimento de novos produtos, picape cabine dupla e 3 portas, Gran Siena, implantação da fábrica em Pernambuco, o Linea foi deixado de lado, até novo acerto. De imaginar, a solução veio da Honda, do hatch Fit fazendo o três volumes City, de inexplicável sucesso. Modesto em mecânica, restrito no espaço traseiro, caro, muito lucrativo, vende 1.400 unidades mensais – dobro do Linea.
Linha 2015 fez pequenas alterações externas. À frente substituiu a esportiva grade quadriculada, por barras horizontais cromadas, atual assinatura dos Chrysler, seus irmãos norte americanos. Mudou o para choques arrematando-o com friso cromado, como o dos Mercedes novos. Atrás, elevou a placa à tampa do porta malas – ótimos 560 litros albergando o Manual do Proprietário, defenestrado do porta luvas -, redesenhou o para choques. Mudança tópica, manteve a elegância do traço.
Dentro operou harmonia. Por custos adota instrumentação e comandos de sua base Punto. Inclui-se aí a posição de acendimento automático dos faróis e os piscas rápidos. Usa Preto e Bege no revestimento do painel, bem ajustado e de contato agradável, sintonizados com laterais e bancos. Opcional na versão Essence e presente na superior Absolute, o Night Design, imprecisa definição para fios de luz no painel e laterais das portas.
Motor 1.8 herdado à BMW e adequado ao Brasil, suas auto peças e no ser flex, ganhando a indicação EtorquE, 130-132 cv, bom torque de 18 kgmf, caixa de transmissão mecânica, 5 velocidades, com automatizador Dualogic de 2ª geração, com melhor operação, menos lentidão, sem trancos nas mudanças. Opcional em versão Essence, de série na Absolute. Manetes para mudança atrás do volante servem para freio motor, e maior rapidez na troca. Coisa cara: R$ 3.400. GPS, Bluetooth, facilidades eletrônicas.
Andando
O Linea bem trata os ocupantes do banco dianteiro. Os de trás, se educados, não reclamam. Condutor bem acolhido, regulagens mecânicas no banco, coluna de direção. Comandos às mãos, pedais no eixo do corpo do motorista.
Freios a disco nas 4 rodas, com ABS e EBD. Precisos. De emergência por alavanca no console. Rolagem agradável, suspensão com calibragem firme, permitindo condução rápida sem ondulações e balanços, adequada ao veículo. Uma das marcas da Fiat é o acerto fino e adequado de suspensão, direção e freios. O Linea é exemplo, mesclando conforto com estabilidade em retas e curvas.
O andar é muito confortável, agradável pelo bom trabalho de isolamento térmico e acústico, tratamento de nível superior.
Parece, a Fiat o direciona a compradores pós City, anunciado como carro de executivo Junior, com filhos pequenos e sem bagagem. Porém oferece mais espaço, maior porta malas, disposição e, características ausentes no City, prazer de condução, e estilo individualizado. Hoje são indistintas as marcas de olhos puxados, japoneses, coreanos e chineses.
Andei uns 1.500 km com o automóvel. Destes, 2 vezes roteiro padrão de 320 km: cidade em avenida, estrada com e sem velocidade, passagem por cidades; cidade do interior; 6 km de estrada de terra, boa parte em 1ª. e 2ª. marchas – retorno idêntico. Um com álcool, outro com gasálcool, e conta surpreendente: 11,1 km litro de álcool. Maior surpresa, 11,9 km litro de gasálcool, diferença de menos de 10% entre um e outro, energeticamente inexplicável. Nos termos, ecológico, sugere o uso de álcool.
E ?
Preços variam pela dificuldade econômica do revendedor e sua negociação. Considere uns R$ 52, 53 mil pela versão de entrada – compra-la-ia se com as rodas de liga leve aro 17¨. Preço não admite calotas de plástico. Absolute vem apenas com o câmbio Dualogic, e tem valor uns R$ 10 mil acima.
O Vito, a ser feito na Argentina
Daimler apresentou em Berlim o novo Vito. Família de veículos utilitários, em porte abaixo do Sprinter. Será feito pela empresa na Espanha e na Argentina, 2015, como informou a Coluna. Versões para carga e 10 passageiros, capacidade máxima de 1,37 t, comprimento entre 4,89m e 5,14m.
Motores na Europa, os OM turbo diesel, 1,6 litro e 88 e 114 cv; 2,1 litro gerando 136, 163 e 190 cv, com uso dependendo da versão. Transmissão manual de seis velocidades ou, na versão de topo, automática com sete.
O pacote de itens de segurança é automobilístico: bolsas de ar possíveis em todo o carro, joelhos, janelas, freios com ABS e EBD, freio automático ante obstáculos, alarme para sono do motorista, para mudança de faixa de rolamento, estabilizador contra ventos laterais.
Números expõem comportamento automobilístico: versão equipada com motor de 190 cv: acelera de O aos 100 km em 9s !, e velocidade final de 206 km-h.
O Brasil será, naturalmente, seu maior mercado. E característica doméstica provocará lançamento igualmente antecipado pela Coluna: um picape.
Família Vito, feita na Argentina, várias versões
Roda-a-Roda
Síntese – Ford enxugou a linha de produtos, retirou o a nós desconhecido Escape – um EcoSport maior -, e sintetizou os dois no novo Edge. Brasil importa as versões de topo, curiosamente 2014.
Menos – Mecânica padrão, motor V6, 3,5 litros e 289 cv, caixa automática de 6 velocidades. Tração apenas dianteira, R$ 131.490. Nas 4 rodas, R$ 151.490 – opção cara. Teto solar outros R$ 10.100.
Mais um – Lifan 530 montado no Uruguai será o terceiro modelo da marca chinesa no país. Motor 1,5, 103 cv, muitos equipamentos, foco em clientes de VW Voyage e Fiat Palio, pelo preço projetado em R$ 40 mil. Agosto.
Melhor – Fiat promove seu Grand Siena. Automóvel com ótima relação custo+benefício vem em série Itália. Fugaz, já serviu a outros Fiat: Uno, Palio, Punto e Idea, caracterizada por equipamentos com preço contido.
Itália – No caso, máscara nos faróis, volante coberto em couro, comandos do rádio, vidros elétricos traseiros, retrovisor externo direito rebatendo com o engrenar da marcha a ré para facilitar manobra junto ao meio fio. R$ 49.950.
Passe – A expectativa de acordo para promoção comercial por tarifa zero com Colômbia, Peru e Equador frustrou-se. Idem para a União Europeia durante a 46ª Cúpula dos Presidentes do Mercosul, em Caracas. Disse a Presidente Dilma, posição do Mercosul está posta desde 2010, cabendo à UE fazer sua oferta. Parece, pela despreocupação quanto ao prazo, nosso comércio exterior está altamente positivo.
Do Ano – Ford EcoSport projetado no Brasil é um dos 31 concorrentes ao Carro do Ano 2015, em júri mundial por jornalistas do ramo. Na relação Jeep Renegade, Citroën C4 Cactus, Mercedes Classe C, S Coupé, Passat.
Elogio – Hyundai Caoa enfatiza qualidades do caminhãozinho HR e garantia de 4 anos. Pessoal da Fiat feliz. Seu motor Euro V não é coreano, mas mineiro de Sete Lagoas, feito na FPT, ramo dos italianos. Estoque antigo, alguns 2013.
Raridade – Título de farto uso em anúncios de carros usados, porém verdadeiro. O único exemplar de Pagani Zonda F no país está à venda em S Paulo. Importado e presente ao Salão do Automóvel de 2008, foi vendido em 2010, e agora anunciado no portal Webmotors.
Um pouco – Produto artesanal na Itália pelo argentino Horácio Zonta. Carroceria em fibra de carbono, mecânica V12 Mercedes-Benz, 7,2 litros, mais de 600 cv de potência. Dizem-no capaz de atingir 340 km hora.
E, – Reúne conceitos aparentemente inconciliáveis: velocidade, esportividade – e conforto. Gostas de automóvel; és superior ao aviso do Santander quanto ao futuro do país ? Bala na agulha ? Boi na sombra ? Café no bule ? O exclusivo encontrou seu par. Acessível por R$ 4,2B.
Re call – Surpresa, re-call em Subaru, boa marca mal explorada no país: no utilitário esportivo Forester XT, 2013 a 2015, revisão no módulo de injeção para evitar batidas de pino, superaquecimento do interior do motor e seu travamento, causando riscos a ocupantes e terceiros. Tens ? Veja em http://www.subaru.com.br.
Tecnologia – Belo pacote de tecnologia em duas rodas, a nova MV Agusta F3 pela Dafra, em Manaus. Três cilindros, 800 cm3 gerando 148 cv, 173 kg, para arranhar os 270 km horários. É evolução da F3 675, e o ganho dinâmico cola o conceito de superbike no de superesportiva.
Ajuda – A ótima relação peso-potência, 1,17kg-cv, por segurança desenvolveu sistemas para harmonizar eletronicamente acelerador e tração, esta em oito níveis selecionados no guidão. R$ 56 mil.
7×1 – Coisa do país dos 7 a 1: roubaram o quadriciclo de piloto favorito ao Rallye dos Sertões. O UTV Canam de Rodrigo Varela em oficina paulistana nos ajustes finais da tecnologia de preparação para corridas quando surrupiado.
Citrô – No circuito francês das 24 Horas de Le Mans, 8 e 10 de agosto, o Euro Citro. Näo é negócio com cítricos europeus, mas evento de Citroëns antigos.
Modelo – 3.000 veículos aguardados; atrações usuais – leilão, Concours d’ Elégance; os nove carros de rallye de Sebastien Loeb; artistas em quadrinhos Citroën autografando obras. Mais ? www.eurocitro.org
Gente – Osmair Garcia, brasileiro, 51, diretor de Controle Corporativo da VW, promoção. VP de Finanças. Supre Carsten Isensee, mandado a mesma função na China. Philipp Schiemer, presidente da Mercedes no Brasil, referência. O Chairperson no 11º. Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel, Curitiba, 2 e 3 setembro. A Mercedes quebrou o mito, pioneira no fazer o primeiro motor diesel no país, e na eletronização. Simpósio, pelos participantes, pode corrigir o curso do diesel no Brasil. Um dos pontos, defendidos por Luso Ventura, ex engenheiro chefe da Mercedes, é seu uso em automóveis.