Coluna do Borracha – Eduardo Abbas

O tiro no pé

A origem dessa expressão é meio confusa e não encontrei exatamente onde ela foi usada pela primeira vez, mas me parece mais cabível uma explicação de que ela foi usada na época dos cowboys, nos Estados Unidos, pois alguns bandidos pouco habituados a usarem armas, às vezes não conseguiam tira-las da cartucheira e atiravam ferindo o próprio pé.
Em português mais claro, isso significa de verdade fazer uma grande merda contra si, se colocar em uma posição ruim por uma ação de planejamento muito errada.
Bang bang à parte, o fim de semana, que acabou na madrugada de domingo e de quebra com o insuportável horário de verão começando, foi na verdade um grande tiroteio tanto na Motogp quanto na Fórmula Indy. A categoria de 4 rodas foi a primeira a começar e quase termina depois das motos, foram horas de uma corrida chata, sem disputa direta entre os dois possíveis candidatos ao título e com os coadjuvantes fazendo suas lambanças, provocando uma enxurrada de bandeiras amarelas e, por mais ridículo que seja, apenas 9 carros receberam a bandeirada final.
Foi uma final tão sem pé nem cabeça que, em determinado momento, o Dixon nem precisava chegar, podia ter parado no boxe, tomado um café e voltado pra receber a taça de campeão. Ao Helinho restou apenas lamentar o fim de semana, mesmo levando 1 ponto extra por liderar algumas voltas, o campeonato do brasileiro não pode ser considerado exemplar. Como eu havia dito na semana passada, a falta de sangue nos olhos durante a temporada custou caro, com apenas uma vitória e administração de pontos, ele estava sujeito a levar uma virada e não ter forças para reagir. Fica mais uma vez a lição, essa coisa de administrar migalhas não cabe em categorias Top. Vamos para o ano que vem, com um campeonato compacto que agora a Indy vai ter, será possível para algumas equipes e alguns pilotos enxergar melhor o que deve ser feito, a vantagem é de quem tem mais dinheiro e pode se recuperar mais rápido. Terceira festa do neozelandês, festa da equipe Chip Ganassi, festa dos motores Honda e para os outros, olho em 2014.
Indy

Já na Motogp, faltou a competência do time Honda que estava em Fontana. Os atrapalhados de plantão na Austrália cometeram um dos maiores erros de estratégia que já vi na vida. Na Fórmula 1 já teve cara ficando sem gasolina por conta errada, mas as variáveis do tipo, peso do pé do piloto, absolvem esses engenheiros, agora, na Motogp é inexplicável, parece que todo mundo fugiu da escola.
Pior que se atrapalhar em uma conta de 10 voltas, numa etapa confusa, errada, com regras feitas na calada da noite, foi penalizar o grande astro do ano. A Bridgestone assinou um atestado de incompetência ao afirmar que os pneus não durariam mais de 10 voltas e que os pilotos deveriam trocar de motos. A prova foi que o Bryan Staring deu mais de 15 voltas, nas 19 da corrida, com os mesmos pneus e nada aconteceu, ele foi desclassificado porque trocou de moto depois da janela, como fez o Marquez, mas esse foi por culpa da conta errada do time. Amigo, 10 são 10, se tivessem que contar nos dedos não tinha erro, salvo algumas exceções, mas mesmo assim, se estivesse faltando não aconteceria nada e ele remaria mais calmamente para o título ou teria conquistado lá mesmo.
Venceu o Lorenzo, pela 50ª vez em 100 GPs disputados, e diminuiu para 18 pontos a diferença. Não acredito que o Marquez se abale com o desastre nem que venha a perder a taça do ano, o que ele deve fazer é ficar de olhos bem abertos, pois parece que estão tentando dar uma rasteira no fenômeno.
marc

Vou ficando por aqui, no fim de semana tem mais Motogp só que agora no Japão, casa da Honda. Acho complicado os nipônicos deixarem escapar a vitória em casa, portando, tudo deve voltar à normalidade. Tem também Fórmula 1 na India, onde o Vettel pode fechar o campeonato e as equipes definirem seus times. Agora se fala no Massa na Williams, por conta de uma eventual saída do Maldonado para a Lotus. Ambos têm como empresário o Nicolas Todt, filho do Jean presidente da FIA, que parece estar mexendo os pauzinhos. Como o Felipe disse que somente continuaria em uma equipe com chance de vencer corridas, a escolha é meio equivocada. Com sua saída, o venezuelano levaria embora os 35 milhões de euros e o Felipe entraria com 6 milhões de euros da Petrobras. É só fazer a conta, se com 35 não vai, que dirá com 6.

A gente se encontra na semana que vem!

Beijos & queijos

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