Coluna “Vamos nos divertir?” – Por Chico Lelis

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Pra  que pistas de testes?

 

A indústria automobilística possui, no Brasil – e também em várias partes do mundo –  muitas pistas de testes, ou equipadíssimos campos de provas. Tudo para ver se o modelos que vão fabricar terão condições de enfrentar nossos horrorosos pisos, que estejam nas estradas ou nos centros urbanos. Dinheiro jogado fora. Para que simular buracos, valetas, irregularidades mil, se isto tudo é encontrado nas muitas ruas e pistas das nossas cidades. Vamos pegar o exemplo de São Paulo. A rua Groenlândia, uma via importante, que liga o bairro de Pinheiros, ao parque Ibirapuera, atravessando os Jardins, com suas belas e cobiçadas mansões. Lá as montadoras vão encontrar de tudo. Buracos, ondulações – no cruzamento com a avenida Europa, a irregularidade é tamanha que, passar lá acima, bem pouco, dos 40 km/h, é capaz de fazer catapultar o carro. Um grande risco. Fora dos buracos junto às guias, na aproximação do cruzamento com a avenida 9 de Julho. É, como diria minha vó, um “aí Jesus”. Alguém – principalmente os engajados politicamente –  é capaz de dizer que deve ser assim mesmo. Afinal quem mora para aqueles lado é da “zelite” que pode trocar de carro sempre que ele quebrar por causa dos buracos. Engano, porque por lá também passam donos de populares e bem populares, como carros com mais de 10 anos de uso.

Para estes, aconselhamos um passeio pela Zona Leste. Pela avenida Nordestino, que liga Guaianases  e São Miguel . São apenas 7 quilômetros de extensão, em pista simples. Lá, como da via dos Jardins não faltam buracos , depressões e demais irregularidades. Nos domingos, são necessários 60 minutos para cruzar a via do começo ao fim. Ida e volta. A avenida Jacupêssego é outro exemplo na região da cidade onde não estão os membros da “zelite”. Com sua integração ao rodoanel, a via, também na Zono Leste, ganhou tratamento encontrado por toda acidade, ou seja, o de abandono.

 

 

buracos 2

 

A poderosa dona da SUV

 

 

Em Juiz de Fora, a cidade mineira mais carioca do Brasil, onde os moradores têm o mesmo sotaque de Ipanema ou Leblon, tem um bar, o Bar do Bigode, que, com toda certeza o melhor torresmo desta terra descoberta por Cabral. Pois foi ali que assisti a um da cena muito constrangedora. Já lá se vão, mais ou menos, uns  oito anos. Um grupo de jornalista foi a Juiz de Fora a convite da Mercedes-Benz. E, num intervalo do evento, fomos conhecer o Bar do Bigode, para experimentar o seu delicioso torresmo. “Bão dimais”, como diriam os mineiros de fora de Juiz de Fora.

Era uma tarde de sábado, com o bar “bombando”, como “bombam” os bons bares desta terra neste dias. Foi quando ouvimos começar um buzinaço. Olhamos para a rua e vimos uma SUV preta parada na porta do bar. Dela desceu uma mulher, nem feia nem bonita, mas muito elegante, usando preto da cabeça aos pés. Entrou pisando pesado. Me virei para o Edu Pincigher, à época o homem de Imprensa da MMB (hoje na JAC Motors) e disse: isto não me cheira bem”.  Ele duvidou do meu lado “Nostradamus”.

Com ares de vingança, a mulher parou diante de uma mesa ao lado da nossa. Ali, sentado ao lado de duas belas moças,  um cara levantou a cabeça e se assustou com a presença da mulher. Antes que ele tivesse qualquer reação, ela falou bem, alto:  “seu vagabundo, cansei de te sustentar. Sua coisas estão lá na rua. Na minha casa você não entra mais”. E tacou-lhe o fundo de um copo de cerveja na cara. Ainda bem que era um fundinho mesmo, ou teríamos sido atingidos na mesa ao lado.  

Feito isto, ela saiu com ar de vitória, já então pisando mais leve.

Entrou gloriosamente na SUV, dando fim ao buzinaço que não parou um segundo. 

Diante do silêncio, o sujeito levantou-se, tirou algumas notas  do bolso e ordenou, como um verdadeiro “macho”, que lhe trouxessem mais cerveja. “Quem ela pensa que é?  Gritou ainda mais alto, ouvindo uma gargalhada coletiva que tomou conta dor bar. Enquanto isso, alheias aos acontecimento as duas moças continuaram tomando cerveja, junto com o delicioso torresmo do Bar do Bigode. Talvez as últimas pagas com a mesada d mulher da SUV.

A quem interessar, o Bigode atende pedidos de delivery. É só ligar lá, no 32-32187079.Para São Paulo, capital, ele manda pelo Cometa.