Crise na VW derruba presidente

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Nesta quarta-feira (23), Martin Winterkorn, presidente da Volkswagen, renunciou ao cargo por conta do escândalo envolvendo a empresa.
Na quinta-feira dia 17, o governo dos Estados Unidos acusou o grupo Volkswagen de burlar os testes de emissão de gases através de um software, que reconhecia quando o carro estava passando pela vistoria e diminuía consideravelmente o número de poluentes. Segundo a agência ambiental americana (EPA), cerca de 500 mil carros continham esse software, entre eles o Beetle, Golf, Jetta, Passat e o Audi A3, marca que também pertence ao grupo, todos com motores XX a diesel. No entanto, na terça-feira dia 22, a Volkswagen admitiu ter feito a mesma ação em outros mercados. Ao total, são mais de 11 milhões de automóveis com esse software. Porém, a empresa não revelou quais outros modelos contém esse programa, disse apenas que os modelos envolvidos são os equipados com a motorização EA 189 (movidos a diesel) de 2,0 litros.
No Brasil, onde o diesel só é permitido para SUVs, picapes, caminhões e ônibus, a Volkswagen só tem um modelo com esse combustível, a picape Amarok. Até o momento não há registro de que por aqui também aja adulteração das informações.
A punição para a fabricante começou, na última segunda-feira, com uma queda de quase 20% em suas ações na Bolsa de Frankfurt. No dia seguinte, as ações caíram mais 19%. Porém, o que mais assusta a fabricante alemã, é uma possível multa de U$ 18 bilhões e o recall para todos os carros nos Estados Unidos.
A Alemanha, a Coréia do Sul, a França e a Itália anunciaram que também farão a revisão dos veículos.
Em reunião na quarta-feira, dia 23, o Comitê Executivo de Conselho da Volkswagen discutiu detalhes do incidente, entre eles a renuncia do presidente.

“O Comité Executivo leva este assunto muito a sério e reconhece não só os prejuízos econômicos causados, mas também a perda de confiança entre muitos clientes em todo o mundo.
Observa também, que Dr. Winterkorn não tinha conhecimento da manipulação de dados de emissões e respeita a oferta do Presidente Professor Dr. Winterkorn em renunciar seu cargo e pedir que seu contrato de trabalho seja finalizado. Na próxima reunião do Conselho de supervisão, nesta sexta-feira, serão apresentadas as recomendações para ocupar o cargo deixado.
É esperado ainda mais consequências nos próximos dias, por isso as investigações internas do grupo continuam a um ritmo elevado e todos os participantes do processo que resultou em danos incomensuráveis para a Volkswagen estarão sujeitos a qualquer consequência”.