Autódromo de Curitiba pode dar adeus

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O Autódromo Internacional de Curitiba recebe neste fim de semana, pela terceira vez no ano, a Stock Car 2015, na 10ª e antepenúltima etapa da temporada. Porém, o clima não é dos melhores. O autódromo pode estar com seus dias contados, pois, de acordo com rumores nos boxes durante a abertura dos treinos livres desta sexta-feira (16), a área já teria sido vendida para uma incorporadora, que está disposta a erguer um empreendimento imobiliário no lugar da pista. O piloto paranaense Júlio Campos, da Equipe Prati-Donaduzzi, lamenta o possível futuro da pista. “Parece que agora está tudo concretizado e só voltaremos a correr aqui em mais duas datas até o meio de 2016. Depois, adeus”.

O Circuito da região metropolitana de Curitiba é o segundo que mais sediou corridas no Brasil, com 53 provas, ficando atrás apenas de Interlagos, com 125. No entanto, nos últimos anos, não só superou o traçado paulistano, como também se tornou o “plano B” da Stock Car. Antônio Pizzonia, companheiro de Campos, identifica as qualidades do autódromo: “Curitiba está sempre pronto para receber a categoria porque tem uma ótima estrutura. É só chegar aqui e correr. Além disso, custa muito menos do que Interlagos, onde a dificuldade de datas é sempre séria”.

Como único piloto local a vencer lá, o curitibano Campos sente como se um pedaço de sua história estivesse com os dias contados. Além disso, o piloto cita pistas que desapareceram com o tempo. ”Já perdemos Rio de Janeiro e Brasília. Se continuar assim, vamos acabar indo apenas para pistas de rua, que também são interessantes, mas não oferecem ao público os mesmos espaços dos autódromos”.

Pizzonia explica o nível de segurança encontrado no autódromo curitibano e destaca a falta que fará caso seja descartado. “Não é uma dessas pistas mais antigas, com poucos cuidados na manutenção. Em termos de estrutura, é uma das melhores do Brasil, num centro importante, porque o automobilismo sempre foi muito forte no Paraná. Temos de torcer para que novas opções surjam no Brasil ou que os autódromos mais velhos sejam recuperados. O funil está cada vez mais estreito e precisamos brigar para que essas pistas sejam reformadas. Não é apenas a Stock Car, mas todas as categorias seriam prejudicadas com o fechamento de Curitiba”.