Investidor chinês quer assumir a Chery

Chery: grupo de Hong Kong quer comprar 87,5% da montadora chinesa

Hybrid Kinetic Group. Esse é o nome do investidor chinês baseado em Hong Kong que quer assumir o controle da Chery Automobile. A montadora asiática não está passando por um momento bom em termos financeiros e o grupo sediado na ex-colônia britânica, quer injetar 12 bilhões de yuans ou cerca de pouco mais de US$ 1,8 bilhão.

O objetivo é adquirir 87,5% das ações da Chery. Liderado por Yang Rong, fundador da Brilliance Auto e principal intermediador entre esta e a BMW, o grupo foi criado por Rong na cidade autônoma de Hong Kong, mas com vistas à atuar diretamente no mercado interno chinês.

Mas além disso, a empresa é conhecida no mundo automotivo por recentemente ter firmado uma parceria com o estúdio italiano Pininfarina, que desenvolveu três conceitos de propulsão elétrica com turbina geradora, sendo o sedã H600 e os dois SUVs K550 e K750. O foco desta linha é o segmento premium na China, mas com veículos de emissão zero ou baixíssima, tendo projetado uma fábrica em Ningbo, província de Zhejiang, onde pretende produzir 300.000 carros por ano.

No entanto, as ambições de Rong são maiores e envolvem um dos fabricantes chineses mais famosos fora do país. A Chery não passa por bons dias. A montadora de Wuhu, província de Anhui, está com vendas em baixa e muitos prejuízos, dentro e fora do país (vide Brasil). Em setembro, a empresa vendeu apenas 50 mil veículos no mercado interno (33.905 com a própria marca), um número muito baixo, tendo ainda exportado outras 8.676 unidades. No acumulado do ano, as exportações somam 80.056 veículos.

Além disso, a Chery precisa urgentemente de capital para manter a mudança na gama de produtos e voltar a crescer. Junto com a queda de 31,78% em setembro, a montadora enfrenta rumores de que será completamente vendida. Isso não envolveria apenas a Chery Automobile, mas também a Chery Holdings, a Cowin Auto e a joint-venture Chery Jaguar Land Rover. A marca Qoros também pode estar incluída.

Uma empresa ligada à Chery, a Kenon Holdings, pretende vender 51% de suas ações para arrecadar US$ 6,5 bilhões, o que seria suficiente para manter as finanças da Chery, mas o negócio ainda não teria sido feito, o que acirra a disputa pelo controle financeiro da montadora de Anhui.

A empresa nega qualquer interesse externo em adquirir as ações da companhia, mas rumores dizem que alguns deles já teriam conversado com o conselho de Wuhu, entre eles a Wuliangye Group, que até teria fechado um acordo de um bilhão de yuans para investimento. Desde 1997, a Chery já foi líder de vendas na China entre as marcas independentes por nove vezes consecutivas. No entanto, as vendas vêm caindo rapidamente e o prejuízo só aumentando, chega a 8,2 bilhões de yuans entre 2013 e 2016, mas os acionistas perderam cerca de 15 bilhões de yuans no mesmo período.

A situação é grave o suficiente para a Chery se desfazer de seu controle acionário na operação brasileira, onde pretende arrecadar cerca de US$ 64 milhões. Aqui, a marca faz os modelos New QQ e Celer, mas no momento a fábrica acumula mais de 20 dias de paralisação por conta de greve.

Na China, a montadora gastou uma infinidade de dinheiro num plano para mudar o lineup, passando a ter uma gama de produtos mais expressiva, menor e tecnologicamente mais avançada, incluindo o uso de plataformas modular, nesse caso as T1X, M1X, A3X e M3X. Com corpo de engenharia e design estrangeiros, a Chery parece estar no caminho certo, só falta dinheiro e o lucro indispensável. (Xinhua/Gasgoo)

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