Ociosidade da indústria chega a 81%

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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, divulgou na sexta-feira, 04, em São Paulo, os resultados da indústria automobilística brasileira no primeiro bimestre do ano. O balanço apontou um recuo de 31,3% nas vendas de veículos novos: foram 302,1 mil unidades este ano frente a 439,7 mil em 2015.

As exportações, no entanto, registraram crescimento de 26,8% no bimestre com 60,3 mil unidades este ano e 47,6 mil em 2015. Em relação à produção no mês de fevereiro, a queda foi ainda maior. As 131,3 mil unidades produzidas significam uma queda 36,4% ante as 206,4 mil do mesmo mês no ano passado.

Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, os dados estão em linha com a expectativa de que o primeiro trimestre apresentaria resultados muito negativos: “A conjunção de inúmeros fatores segue impactando fortemente o mercado. O período de começo de ano é tradicionalmente menor do que o restante. Além disso, o comparativo com o início do ano passado ainda é influenciado pelo IPI. Contudo, a crise política segue comprometendo a economia ao reduzir a confiança, os investimentos e o mercado”.

Os veículos pesados também tiveram recuo. No acumulado, as vendas tiveram queda de 35,5%. Foram 8,3 mil unidades este ano e 12,8 mil em 2015. As fábricas produziram no bimestre 9,4 mil unidades, baixa de 40,7% contra as 15,9 mil unidades do ano passado. As exportações foram discretas e recuaram 3,1% no acumulado do ano.

O que mais chamou atenção nos números da Anfavea, são os da capacidade produtiva da indústria automobilística brasileira no segmento de veículos pesados. Segundo o estudo, as fábricas deste segmento podem produzir 422 mil unidades, no entanto, devem produzir, este ano, um total de 107,8 mil caminhões e ônibus, o que mostra que 74% da capacidade não está sendo utilizada. Se levarmos em conta fábricas que utilizam três turnos na produção de pesados esse número aumenta ainda mais, chegando na casa dos 81%. No segmento de veículos leves, que abrange automóveis e comerciais leves, a ociosidade chega a 50% – a capacidade produtiva total é de 4,63 milhões e a utilização este ano será de 2,33 milhões de unidades.