Pampa a primeira picape derivada de um sedan


A Série F é uma linha de picapes que lidera o mercado norte americano há quase quatro décadas. Mas você acha que é só entre as picapes? Não, a F-150 é o veiculo mais vendido de todo o mercado dos EUA há 37 anos. Mas a marca produziu também outros modelos famosos, que marcaram época e ajudaram a firmar a sua tradição nesse segmento. Um deles, no Brasil, é a Pampa, que liderou as vendas da categoria durante os 15 anos em que foi produzida, de 1982 a 1997, e conquistou muitos fãs. A primeira picape derivada de um carro de passeio foi a Fiat 147 pick-up em 1980.
Derivada da segunda geração do Corcel II, a Pampa foi lançada para complementar uma das famílias de maior sucesso da Ford no Brasil, ao lado sedã Corcel e da perua Belina. O projeto foi todo nacional e exposta no Salão do Automóvel de 1982.
Na cabine, a Pampa tinha o mesmo acabamento dos modelos sedã e a distância entre-eixos foi ampliada de 2,44 para 2,58 metros, para garantir uma maior caçamba.
A suspensão foi reforçada com molas semielípticas longitudinais no eixo rígido traseiro, em vez de molas helicoidais, com capacidade para suportar 600 kg.
Em 1984, a Pampa passou a contar com um motor CHT 1.6 mais potente e econômico, com câmaras de combustão retrabalhadas e transmissão de cinco marchas reescalonada. Com 63 cavalos na versão a gasolina, que praticamente não vendia, pois o mercado na época só eram vendidos veículos a álcool, na versão mais vendida na época, a potência era de 72 cavalos.
Outra inovação foi a garantia de três anos contra corrosão, então a maior do mercado. A ferrugem era um problema sério dos carros nacionais da época, que foi progressivamente superado com o avanço nos processos de tratamento e pintura da carroceria.
Em 1984 a Pampa tornou-se a primeira picape pequena a oferecer uma versão 4×4 – configuração que continua a ser única até hoje. Ela tinha tração 4×2 dianteira e uma alavanca junto ao câmbio para engate da tração 4×4, para uso temporário e com velocidade de até 60 km/h para superar terrenos com pouca aderência.
Lançada junto com a Belina 4×4, a Pampa 4×4 vinha com câmbio de quatro marchas, banco inteiriço e um tanque adicional de combustível com 40 litros na versão a álcool. Em 1986, a grade frontal usada na versão 4×4 passou a equipar toda a linha, composta pelos modelos de entrada L e GL e a versão de luxo Ghia, inspirada no Del Rey.
Em 1990, com a união da Ford com a Volkswagen, a malfadada Autolatina, a Pampa “ganhou” da “sócia” o motor AP-1800 nas versões GL e Ghia, mantendo o CHT 1.6 nas versões L e GL 4×4. Em 1991, ela ganhou a versão S, mais “esportiva” e completa. Itens como ganchos e borrachas protetoras da caçamba, direção hidráulica opcional, bancos individuais ajustáveis, rodas estilizadas, faixas personalizadas nas laterais, janela traseira corrediça, spoiler dianteiro com faróis de neblina e trio elétrico faziam parte da versão.
Em 1992, a Pampa ganhou uma nova grade frontal, idêntica à do Del Rey, e em 1994 introduziu carburador eletrônico no motor 1.8. Em 1995, deixou de oferecer a versão 4×4, ficando somente com os modelos L 1.6 e 1.8, GL 1.8 e 1.8 S.
Em 1997, último ano de produção da Pampa, o motor 1,8 litro passou a contar com a tecnologia da injeção eletrônica EEC-IV. Com mais de 380.000 unidades vendidas, foi substituída pela Courier, derivada do Fiesta.