Vendas de veículos continuam em queda

Fenabrave

 

A Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores divulgou hoje (05), durante coletiva de imprensa, o desempenho do setor automotivo no mês de abril e do acumulado de 2014.

 

Para o setor da distribuição de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários, tratores e máquinas agrícolas e outros, como carretinhas para transporte) o mês de abril apresentou queda de 8,91% em relação a março. Foram emplacadas 343.049 unidades em abril, contra 376.585 no mês anterior. Na comparação entre os meses de abril 2015 e o mesmo mês de 2014 (434.692), o setor automotivo registrou retração de 21,08% este ano.  Já no acumulado do ano, houve queda de 16,63% para todos os setores somados. Nos primeiros quatro meses deste ano, foram emplacadas 1.389.558 unidades, contra 1.666.811 no mesmo período de 2014.

 

De acordo com o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., o fraco desempenho da economia tem refletido diretamente na comercialização de veículos no Brasil. “Com a inflação e a taxa Selic em alta (aumento de juros e spread, pelo risco), queda no PIB Nacional, aumento do desemprego, crédito mais restrito e, principalmente, a falta de confiança por parte do consumidor, afetam as vendas de veículos no País”, explica.

 

Para o segmento de caminhões, que registrou queda de 10,72%, entre março e abril, e 46,71% no comparativo entre abril deste ano com o mesmo mês do ano passado, o presidente da Fenabrave comenta que o volume de carga a ser transportado hoje é mínimo. “Com exceção do agronegócio, que está em alta, não há outro setor que sustente o segmento de caminhões. Sem PIB não há vendas neste segmento”, disse.

 

Projeção 

 

Diante do cenário econômico do último quadrimestre, que foi pior que o inicialmente imaginado, a Fenabrave reviu as projeções para o mercado automotivo em 2015. De acordo com a entidade, os segmentos de Automóveis e Comerciais Leves, somados, deverão encerrar este ano com queda de 18% sobre os resultados de 2014, totalizando 2.729.646 unidades. A entidade, que não havia divulgado oficialmente as projeções para o ano no mês de março, chegou a avaliar uma possível queda de 10% para os segmentos. “No entanto, o cenário real foi muito pior do que o que havíamos pensado em encontrar, o que refletiu na revisão, para baixo, das previsões”, afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

 

A retração na economia deve abalar todos os segmentos automotivos. Para caminhões, aFenabrave estima queda de 41% nos emplacamentos de 2015, chegando a 80.864 unidades. O mesmo ocorrerá com o mercado de ônibus, que deve terminar 2015 com decréscimo de 21%, totalizando 25.313 unidades comercializadas.

 

Para o segmento de duas rodas, que vem sofrendo desde a crise de 2008, as projeções indicam um cenário de retração de 9% ante 2014, com 1.301.204 motocicletas comercializadas.

 

Na soma de todos os segmentos automotivos, em 2015, o setor como um todo deverá retrair 16,05%, totalizando 4.137.027 unidades emplacadas.

 

Redução de empregos

Como consequência da crise enfrentada pelo setor, das cerca de 8 mil concessionárias de veículos existentes no país, 250 encerraram suas atividades apenas no primeiro quadrimestre de 2015, reduzindo, aproximadamente, 12 mil  dos 410 mil empregos diretos gerados pelo setor. “Se a economia continuar como está, poderemos ter uma retração ainda maior nas empresas até o final deste ano, com o fechamento de 10% do total de concessionárias, o que pode representar entre 35 mil a 40 mil empregos”, adverte Alarico Assumpção Júnior, dizendo que a única reivindicação da entidade se resume no necessário ajuste fiscal a ser feito e na breve retomada da economia. “Sem atividade econômica, o setor não tem como acelerar”, finaliza o presidente da Fenabrave.