Com todos os ingredientes dramáticos jorrando junto com a chuva que desceu forte logo após as primeiras voltas sobre o Autódromo Internacional de Curitiba-Pinhais, Max Wilson (RC) conquistou o título da temporada da Stock Car ao superar Cacá Bueno (Red Bull) pela diferença mínima de pontos. Max terminou a 12ª e última etapa apenas em 8º, logo atrás de Cacá, e com o descarte do pior dos últimos quatro resultados chegou aos 265 pontos, apenas um mais que o então campeão. A vitória foi de Diego Nunes (Bassani Racing), que formou com o segundo colocado Xandinho Negrão (Medley) e Júlio Campos (JF Racing) um pódio inédito na categoria.
Foi uma decisão antológica, a mais eletrizante dos 32 anos de história da Stock Car, com direito a reviravoltas na ponta, incontáveis acidentes e três neutralizações do safety car. Apenas quatro pilotos entraram com chances na decisão, mas Alam Khodair (Full Time Sports) e Ricardo Maurício (RM) ficaram pelo caminho depois de se envolverem em acidentes isolados em momentos diferentes da prova – Khodair quando liderava na abertura da segunda volta depois de receber um toque por trás do pole Thiago Camilo (Vogel), excluído desportivamente, e Maurício ao restarem menos de sete minutos, conseqüência de um choque com David Muffato (Itaipava) que encerrou uma participação repleta de outros problemas.
Max esteve a ponto de deixar o título escorregar pelos dedos. A estratégia da equipe no momento em que a chuva apertou não foi a mais acertada, ele voltou atrás do pelotão, fez uma parada extra para limpar o parabrisa e ainda foi obrigado a cumprir uma passagem pelos boxes ao entrar nos boxes para reabastecimento antes da janela regimental. Tenso dentro do cockpit, assistiu à recuperação de Cacá que por pouco não alcançou um resultado surpreendente diante das posições no grid – Max saiu em terceiro e Cacá somente em 11º.
Sem conter o choro ao conduzir o carro de volta para os mecânicos da equipe, Max comemorou o ano especial. “Foi o ano do nascimento do meu primeiro filho e é muito gratificante conquistar este título numa categoria em que outros pilotos que regressaram de uma longa carreira no exterior vêm encontrando tantas dificuldades. É claro que andar de Fórmula 1, como já andei, tem um sabor especial, mas nunca senti uma sensação de felicidade tão grande. É um momento maravilhoso para mim estar aqui no Brasil, fazendo o que adoro que é correr e ao lado da minha família”, disse.
Nunes, em seu ano de estreia na Stock Car, admitiu que a vitória nem passava pela sua cabeça ao alinhar o carro em 22º antes da largada. “Acho que acertamos na estratégia, porque quando botei os pneus de chuva a pista estava apenas úmida. Tive de cuidar muito bem deles para não se desgastarem antes que o asfalto molhasse de vez. Fui para a frente nos boxes e consegui administrar. Espero continuar na Stock Car, mas ainda não tenho nada acertado para o ano que vem.”
Xandinho Negrão fechou o ano com mais um resultado notável, depois de vencer domingo passado a etapa brasileira do FIA GT1. Depois de sair em 17º, ele chegou a cair para último ao escapar da pista na primeira volta. Mas apostou no momento certo para trocar os pneus quando a chuva começou e, a partir de então, foi apenas escalando o pelotão. Passou de quinto para segundo na segunda relargada, no momento em que as condições de tempo eram as piores. “A corrida foi muito difícil. O Campos chegou a me passar, mas consegui recuperar no Bico de Pato. Foi meu melhor resultado na Stock Car em dois anos, a volta da Medley ao pódio depois de dois anos e um enorme incentivo para a próxima temporada”, analisou. Décimo-terceiro na classificação final, Xandinho correrá em 2011 pela Full Time com apoio da Medley tendo Marcos Gomes, quarto neste domingo na capital paranaense, como novo companheiro de equipe.
O resultado da 12ª e última etapa da Stock Car:
1º) Diego Nunes (Peugeot) 26 voltas em 51min11s464
2º) Xandinho Negrão (Chevrolet) a 1s786
3º) Julio Campos (Peugeot) a 2s240
4º) Marcos Gomes (Peugeot) a 5s125
5º) Ricardo Zonta (Chevrolet) a 7s219
6º) Felipe Maluhy (Chevrolet) a 9s346
7º) Cacá Bueno (Peugeot) a 9s890
8º) Max Wilson (Chevrolet) a 15s479
9º) Lico Kaesemodel (Peugeot) a 18s019
10º) Pedro Gomes (Chevrolet) a 18s625
11º) Antonio Jorge Neto (Chevrolet) a 21s953
12º) Alceu Feldmann (Peugeot) a 35s923
13º) Daniel Serra (Peugeot) a 39s887
14º) Cláudio Ricci (Peugeot) a 1min11s879
15º) Duda Pamplona (Chevrolet) a 1volta
16º) Ricardo Sperafico (Peugeot) a 1 volta
17º) Nonô Figueiredo (Chevrolet) a 3 voltas
18º) Thiago Marques (Chevrolet) a 3 voltas
19º) Átila Abreu (Chevrolet) a 4 voltas
20º) Ricardo Mauricio (Chevrolet) a 6 voltas
21º) Luciano Burti (Peugeot) a 7 voltas
22º) David Muffato (Peugeot) a 8 voltas
Resultado final do campeonato:
1ª) Max Wilson, 265
2º) Cacá Bueno, 264
3º) Allam Khodair e Ricardo Maurício, 251
5º) Átila Abreu, 234
6º) Felipe Maluhy, 231
7º) Marcos Gomes e Nonô Figueiredo, 229
9º) Daniel Serra, 224
10º) Popó Bueno, 219
11º) Júlio Campos, 70
12º) Thiago Camilo, 56
13º) Xandinho Negrão, 53