Coluna “De carro por aí” – Roberto Nasser

RN
Coluna 4513 06.Nov.2013

Logan. Mais Delon, menos Depardieu

A Renault deu ótima acertada estética em seu produto de fender mercados e fazer fama, o Logan. Mudou muito, implementação na base, aprimoramento nas suspensões, direção, e exibe passo para o futuro, especialmente porquanto vai contra seu descompromisso estético e jeito de carro montado por algum viciado em Lego. Grande ganho. Manteve a mecânica sólida, fiável, cuja resistência afasta o consumidor das oficinas, prossegue com a mesma distribuição de área para motor/habitáculo/porta malas, mas fez mudança geral na estética, incluindo melhor inclinar o para brisas, sanear o visual do casamento das portas traseiras com a Coluna C. A carroceria, digamos o revestimento que cobre a mecânica, mudou completamente. Para usar a imagem do título, e situar com estética francesa, está menos o atualmente russo Gérard Depardieu, e mais o ainda francês Alain Delon.
Intocados mantém-se o econômico motor 1.0 de 16 válvulas e o bem disposto 1.6 com 8 destes ventiladores, hábeis a etanol e a mistura entre gasolina, água e álcool vendida como gasolina. 1.0 a álcool gera 80 cv e 10,5 kgmf de torque. Gasálcool  77 cv. O 1.6 gera 106 cv, e 15,5 kgmf em torque. Com a mistura de gasolina a potência é de 98 cv. Grupo moto propulsor dianteiro, transversal, bloco em ferro, transmissão mecânica, cinco marchas, tração dianteira. Transmissão automática não é disponível – seu custo mudaria o perfil do produto, levando-o a preço em faixa de competidores mais modernos.
Há a se deixar claro, as mudanças de casca e conteúdo não mudaram o foco nem o posicionamento no mercado. Os valores do projeto são mantidos: espaço, construção robusta e sem fricotes mecânicos, manutenção à base de R$ 1 / dia. Continua sendo espaçoso, resistente, barato e, como enfatizou Luz Castaño, tipo engenheira chefe do produto, “bonito”. O Logan mantém preços para ser a primeira motorização O km. Para estes clientes a Renault resgatou o financiamento em até 72 meses, seis anos, com 25% de entrada, dados importantes ao bolso de quem sairá de um problema bem usado para comprar o 0 km novo. Leque de preços amplo, a partir de R$ 28.990 – R$ 1 mil mais sobre o de lançamento em 2007 – a R$ 44.250, versão completa.
Espaço interno maior. A carroceria é mais larga, a linha do painel, sua disposição e conteúdo foram modificados, assim como as alterações na plataforma mudaram a parte de fixação dos bancos, permitindo posição de dirigir mais confortável, epicurismo em carro simples. Motores de baixo consumo e emissões endossados pela classificação do Inmetro. As mudanças da plataforma, a base metálica onde por cima se prende a carroceria e por baixo as suspensões, motor, direção, foi incrementada. Um pouco de tecnologia de hoje em meio a estrutura inferior projetada há algumas décadas, visando dar condições a melhor comportamento dinâmico, e atender às exigências dos testes de impacto, – e seus resultados para os ocupantes do veículo, característica que ajuda a bem classificá-lo. A Renault declarou esperar 4 estrelas no teste da Latin NCAP.
Mudanças, muitas: ajustes para implementar a suspensão pelo aumento da bitola, aproximando as rodas  da curvatura dos para lamas, redesenhados para lembrar músculos e capacidades.  Atualização técnica, o sistema elétrico agora é Multiplex, que pela colocação de quilômetros de fios, permite uso de facilidades eletrônicas – algumas impensáveis para o Logan, como sensores, sistema de navegação Midia NAV, incluindo GPS e serviços, câmera de ré, sensores de estacionamento, coisas não imaginadas a carro simples.

Para entender

O Logan não é um produto, mero e simples sedã 4 portas. Ele é a base de uma família, o conceito que mudou a ação da Renault no Brasil, o pai de seus colegas de linha – Sandero e Duster. Fazer o Logan e estes desdobramentos significa remover qualquer resíduo de verniz francês e aderir à rusticidade da Europa Oriental, de onde se origina o projeto na romena Dacia. A corajosa definição viabilizou – e mais -, salvou a Renault, garantiu sua permanência no Brasil.

O rústico Logan fala o idioma da brasilidade. Não frequenta as Galerias Lafayette, não visita a L’Orangerie, nem tem a menor ideia de onde seja o Musée Rodin em Paris. Mas suporta o piso desnivelado, os buracos omissamente implementados, o asfalto tão ruim quanto superfaturado, verdade prática da engenharia brasileira do mal fazer e dos governos dos vários estamentos da administração pública em bem receber obras ruins.

Na prática, sem paixões, neste momento o mercado brasileiro exibe duas intervenções de brilho, de baixo custo, criativas para manter competitivos por mais alguns anos, produtos com espaço e imagem próprios: Logan e picape Fiat Strada 3 portas são passaporte barato para mais uma rodada de vendas.

Quanto custa

O pacote de segurança inclui freios com ABS e duas almofadas de ar, exigência legal, e todos os Logan produzidos a partir de agora porta-los-ão. A versão mais, simples, Authentique 1.0, é quase protocolar, com direção hidráulica – sem ar condicionado. Diz a Renault, há compradores, como frotistas e taxistas – a R$ 28.990. Todas as versões possuem uma luzinha indicadora do momento de troca de marchas, privilegiando a economia em combustível.

Ao ver da Coluna, o novo Logan só pode ser considerado como opção para compra partir da versão Expression 1.6, ar e direção, mídia nav e sensor de estacionamento: R$ 40.290.

A versão de topo Dynamique é uma curiosidade, discrepa do conceito básico, bem equipado, com itens de segurança, conforto, frescuras tecnológicas. Custa R$ 44.250 e vem com auxílio elétrico para os vidros nas 4 portas, na regulagem dos retrovisores externos, pintura metálica, MediaNav 1.2, sensor de estacionamento, ar automático. Um opositor aos chineses na regra de muito por menos.

 

Authentique 1.0 16VHi-Power – R$   28.990
Opcionais:

Ar quente +   desembaçador traseiro – R$ 29.500

  Pintura metálica – R$ 30.040
  Ar quente + desembaçador traseiro   + pintura metálica – R$ 30.550
  Ar quente + desembaçador   traseiro + direção hidráulica – R$ 30.800
Ar quente + desembaçador traseiro + direção hidráulica + pintura   metálica

R$ 31.850

Ar quente + desembaçador traseiro + direção hidráulica + ar-condicionado   – R$ 33.400
  Ar quente + desembaçador traseiro + direção hidráulica +   ar-condicionado

+ pintura metálica – R$ 34.450

 

Expression 1.0 16V Hi-Power – R$ 33.390
Opcionais:

Pintura metálica – R$ 34.440

Ar-condicionado – R$ 35.990
 Ar-condicionado + pintura metálica – R$ 37.040
Ar-condicionado + Media NAV 1.2 + sensor de estacionamento – R$ 36.840
Ar-condicionado + Media NAV 1.2 +   sensor de estacionamento + pintura metálica

– R$ 37.890

 

Expression 1.6 8V Hi-Power – R$   39.440 (ar-condicionado de série)
Opcionais:

Pintura metálica – R$ 40.490

Media NAV 1.2 + sensor de estacionamento – R$ 40.290
Media NAV 1.2 + sensor de estacionamento + pintura metálica – R$   41.340

 

Dynamique   1.6 8V Hi-Power – R$ 42.100
Opcionais:

Pintura metálica   – R$ 43.150

Media NAV 1.2 + sensor de estacionamento + ar-condicionado automático-   R$ 43.200
Media NAV 1.2 + sensor de estacionamento + ar-condicionado automático   + pintura metálica – R$ 44.250

Foto Legenda 01
Logan, mudou mais que os preços

 

Altima, o Nissan grande

Para aumentar sua gama de produtos, a Nissan inicia trazer o Altima. Será o topo de linha. Na base, o March 1.0. Aos olhos brasileiros sedã médio/grande, em importação tentativamente regulada com a demanda, versão única de decoração, a SL, motor dianteiro, transversal, quatro cilindros em alumínio, 16 válvulas, 2,5 litros de deslocamento, 182 cv de potência, transmissão XTronic, pico do sistema de polias variáveis, tração dianteira. Terá a curiosidade dos bancos de gravidade zero, que se adaptam automaticamente ao corpo, rica eletrônica de confortos, com display 3D, alerta para pontos cegos e mudança involuntária de faixa, câmera de ré, som Bose, ar dual zone, teto solar elétrico. Concorrente do mexicano Fusion, porém produzido nos EUA. Apenas em preto, prata e branco.

Pré encomendas a R$ 99.800 nas revendas da marca. A Nissan quer preencher os nichos de mercado, iniciando moldar sua imagem de montadora, cumprindo seu querer 5% do mercado, demarrar produção local em 2014.

Foto Legenda 02
Altima, Nissan de topo

Mercedes CLA, Range Rover Sport e piloto Facundo, Melhores das Américas 2014.

Como o faz há 13 anos, a FIPA, Federación Internamericana de Periodistas del Automóvil, promove a eleição de automóveis, utilitário esportivo, e piloto, todos de maior destaque na América Latino Americana, do México ao Uruguai. Sedã Mercedes-Benz CLA, revolucionário em sua proposta de ser o novo produto de entrada da marca alemã; o Range Rover Sport, utilitário esportivo considerado o ápice da combinação de conforto e habilidades para enfrentar desafios fora de estrada, foram os veículos escolhidos pela centena de jornalistas especializados. Como Piloto do Ano, o argentino Facundo Regalia. competidor na categoria GP3. Dentre os brasileiros, Augusto Farfus, que compete na DTM ficou em 3o. lugar; Felipe Massa em 6º. E Felipe Nasr, 8º.

Em duas votações depuradoras, o resultado final exibiu o CLA com 217 pontos – 14% dos votos, distanciado 24 sufrágios do segundo, o BMW Série 4. Na categoria de utilitários esportivos a vitória foi mais apertada para o Range Rover Sport, com 206 pontos, 13% do universo, contra 177 pontos assinalados para o novo Jeep Grand Cherokee.

Festa para entrega dos prêmios será em Lima, Peru, 17 de dezembro. AColuna integra o colegiado.

Foto Legenda 03
Range Rover, melhor SUV pela FIPA

Roda-a-Roda

Novela – Mais um capítulo do folhetim “A Volta da Alfa Romeo”, ora escrito por Sergio Marchionne, executivo número 1 da Fiat: novos planos, em 5a. edição: abril de 2014 – à apresentação dos resultados do exercício e do próximo plano quinquenal da Fiat.

Atraso – Há anos a Fiat promete voltar com a marca em volumes consistentes. Fez o Alfa 8C, vendido homeopaticamente, o 4C, apresentado em prestações, prometido para lá estrear no início deste ano e novamente postergado para o verão de 2014 – meio do ano.

Questões – Dentre problemas estão a queda em vendas; a falta de produtos – hoje apenas MiTo e Giulietta -; retração de resultados na Europa em 13% e queda de vendas no Brasil. O maior e mais rentável mercado mundial da Fiat, deteve 9 anos de crescimento e, a seguir o PIB terá crescimento entre 0 e 1%.

Produtos – Em desenvolvimento na sede da Maserati, em Modena, Itália, com visão de futuro, plataformas para Fiat, Alfa e Chrysler. Quatro, grande e médio, sedãs e utilitários esportivos. Hoje o foco é voltar ao passado da tração traseira e ir ao futuro, em todas as rodas.

Preju – Projeção do Tesouro dos EUA indica, para passar à frente as ações da General Motors, assumidas para impedir seu fechamento, perderá US$ 9,7B – uns R$ 23 Bilhões. O rombo é maior e inclui uns US$ 14B – uns US$ 30B -, em empréstimos concedidos à GM.

Legal – Mercedes CLA conquistou 5, todas as estrelas, nos testes de avaliação de segurança da Euro NCAP, para segurança dos ocupantes e pedestres.

Mico – Dúvidas com relação ao fim da Serie 1 BMW. A marca informa ter cessado produzir Coupé e conversível. Única possibilidade de continuação é não conseguir apresentar a substituta Serie 2 no NAIAS, o Salão de Detroit, EUA, maior mercado da marca.

E … – No Brasil há estoque. O Serie 1 com suas variações de potencia, consta da lista de preço deste mês da BMW.

Mudança – Não se sabem todas as parcelas da conta, mas Carlos Ghosn, no. 1 da Renault-Nissan, iniciou processo de enxugamento nos cargos de gestão.

Caminho – Crê-se, fatores sejam queda de faturamento, dificuldade em alcançar a margem de lucro de 8%, gastos com re call com Nissan, e sua declaração de cansaço para não acompanhar o próximo plano quinquenal das empresas.

Aniversário – Para comemorar 1 ano de mercado no Brasil e o recorde de 360 unidades vendidas em setembro, melhor número, a Lifan tem o utilitário esportivo X60 com teto solar, sistema multi media, tela de 7”, controle no volante, a R$ 57.990. Sem, R$ 54.777.

Cobra … – Construindo fábrica em Jacareí, SP, e incomodada com a incredulidade fundamentada dos que seguem outros exemplos de promessas não viabilizadas, a chinesa Chery resolveu disponibilizar olho Big Brother.

E pau – Instalou câmera em ponto elevado, para mostrar, em tempo real, o andamento da obra e indicar, em gráfico, o percentual de construção já atingido. Para ver, fabrica.cherybrasil.com.br . Terça, 05, à tarde, índice era de 62%.

Regionalismo – Cobra baiana anda em ritmo próprio, menor que a paulista. Talvez explique o porquê das obras da fábrica da JAC, também chinesa, em Camaçari, Ba, não sejam visíveis pelo satélite.

Outro – Cross, versão do Toyota Etios, à venda dia 18. Não é propriamente produto, não estava planejado, mas o fraquejar de vendas ao lançamento exigiu mudanças em curtíssimo prazo, e a versão. No caso, tentativa de fazer evento, veicular o nome do carro, torná-lo mais palatável ao consumidor nacional.

Mesmo – Sem equipamento para crossar, exercitar seu designativo. Apenas um falso mata cachorro frontal, arcos para bagagem no teto, e interior em tecido com logo bordado. Custa caro pelo que oferece, carrinho com motor 1,5: R$ 45.690.

Bom – Novo recorde na blindagem de veículos: 4.769 no primeiro semestre – 11,55% superior a idêntico período em 2012. Projeta associação de classe, a Abrablin, no ano serão 10 mil. Mais blindado é o VW Tiguan, ao nível IIIA, resistente a tiros de submetralhadoras 9 mm e revólveres Magnum 44.

Mal – Os índices de insegurança urbana avançam, o de homicídios é recordista, e provocam a proteção veicular. Rio de Janeiro lidera, 12% do mercado.

Mercado – Para fomentar vendas, aquecer economia, melhorar índices, mostrar cenário favorável em ano de eleição, governo deverá estender redução do IPI. Mais objetivas, fazer vendas, fábricas darão bônus aos revendedores para reduzir preço ao consumidor. Medo financeiro e institucional de o mercado se encolher após 9 anos de crescimento facilitarão negócios.

Situação – Outubro mostrou 0,5% de crescimento e alimenta a esperança de fechar o exercício com pequeno, porém crescimento.

Na prática – Momento está para os compradores. E automóveis em fim de linha, como o Fiat Uno, ou o Renault Logan antigo, são passíveis de negócios flexíveis. Logan há pouco tempo oferecia financiamento a Juro Zero.

II – Mas não está bom para os revendedores, premidos por estoques, margens de lucros em redução.

Motos – No Salão de Milão, Itália, a Triumph anunciou mais dois produtos no leque brasileiro: Thunderbird Commander, derivada da atual Thunderbird Storm, motor 1.7, 98 cv, 156 Nm de torque, e visual Custom. Produção local início de 2014. E entrada no segmento inferior, de 250 cm3, a ser vendida no final de 2015. Empresa mudou de logo.

História – Para comemorar seus 60 Anos de Brasil, a Volkswagen montou exposição no museu ZeitHaus (Casa do Tempo) no Autostadt, a cidade do automóvel, instalada pela matriz em sua fábrica de Wolfsburg, Alemanha.

Diferença – Dos museus das fábricas de automóveis é o mais impressionante, com pavilhões de cada uma das 12 marcas comandadas pela VW – exceto as de caminhões MAN e Scania. Uma saborosa viagem no tempo.

Complicou –  Doadores da área do aeroporto de Guarulhos notificaram enorme lista de órgãos do governo e empresas: doaram o espaço para a construção de um aeroporto militar, visando a defesa do país. Funcionou até o leilão de privatização.

Então – A transmissão da gestão a empresas estrangeiras, ignora a condição básica e documental da doação. Herdeiros, através do escritório Andrade Maia querem saber como fica.

Ilustração – Carros desconhecidos aos 2K de visitantes anuais, entre alemães e do enorme volume de estrangeiros que visitam a Volkslandia, Gol, SP2, Brasília, Karmann-Ghia TC indicam a teimosia em fazer produtos próprios – única exceção na VW -, capacidade de criar e desenvolver da distante filial. Para arrematar, unidade da última série da Kombi, frete de ida: será agregada ao museu alemão.

Foto Legenda 04
Dr. Michael Macht, e o SP2 amarelo manga. Mais brasilidade, impossível.

Também – Idênticos 60 anos, a Porsche expõe em seu museu, em Stuttgart, Alemanha, sua competência na construção de carros com desempenho superesportivo. Até 17 de março de 2014. Só raridades.

Aula – Lá, o primeiro spyder 550, e o motor Fuhrmann, com 4 comandos de válvulas, um dos mais complicadas no mundo para ser regulado. Outros, o 904 Carrera GTS, e o único 911 Turbo RS carro de rua com carroceria leve do RS, concessão a famoso Porschemaníaco, o regente Herbert von Karajan. Vais à Alemanha? Aproveite. E o super museu da Mercedes está a passos.

 Retífica RN – Corrigindo Coluna 4413: nome do CEO da MAN Latin America é Antônio Roberto Cortes. Mão esquerda, personalista, trocou “r” por “t”“a” por “s”. Entrou Correa.

Gente – J. Mays, diretor de design da Ford Motor Company, aposentadoria formal. Brilhante, superou o limite de sua especialidade, inventou e projetou o New Beetle para a VW. Na Ford, além dos conceitos estéticos da marca, novos carros para motores menores, e os retrô Thunderbird e GT.
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