Maverick, ainda uma grande paixão

Tendo como base os modelos Falcon, Fairlane e Mustang, em 1969, chegava ao mercado norte americano o Ford Maverick, um carro pequeno para os padrões daquele mercado.

Com melhor dirigibilidade e comportamento dinâmico que seus irmãos, o Maverick mantinha uma quase exigência para os americanos: motor dianteiro e tração traseira. O Ford Maverick era a versão familiar do esportivo Mustang.

O modelo chegou ao mercado com o motor Thriftpower Six também usado no Falcon, com seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco, válvulas no cabeçote, mas com duas opções de cilindrada: um 2,8 litros, com potência de 82 cv e 3,3 litros com 91 cv.

Um ano depois chegava um motor mais potente de 4,1 litros, 98 cv. O câmbio poderia ser manual ou automático de três marchas. Mas a grande sensação chegaria em 1971, com o histórico motor 302 V8, de 4,9 litros e 143 cavalos. O curioso é que freios a disco, ar condicionado e direção hidráulica eram opcionais.

No Brasil, a Ford Motor Company precisava algum modelo para fazer frente ao sucesso de vendas da General Motors, o Opala. Através de pesquisas, o modelo escolhido era o europeu Ford Taurus, mais moderno e bonito, mas que exigiria grandes investimentos para desenvolvimento e produção de um novo motor. Assim, a decisão recaiu em cima do Maverick norte americano.

No Salão do Automóvel de 1972, o carro era apresentado ao consumidor brasileiro e começou a ser vendido no meio do ano seguinte. O modelo inicial foi como motorização seis cilindros em linha, de 3 litros e 112 cavalos, Este motor já era utilizado no Aero Wiilys.

Alguns meses depois chegou o que causaria maior impacto: o modelo GT. No lançamento, chegou a ter mais de um ano de fila de espera.Com motor 302 V8, chegava para brigar com o Dodge Charger V8 de 5,2 litros e o Opala SS seis cilindros em linhas de 4,1 litros.

Com um forte apelo esportivo e bem mais equipado, o Maverick GT atingia a velocidade máxima de 180 km/h e fazia de 0 a 100 km/l em 11 segundos, para a época eram números muito bons e enfrentava seus concorrentes com méritos. Porém, tinha muitos problemas, como freios deficientes, superaquecimento do motor e alto consumo. O superaquecimento do motor foi resolvido com o tempo, o restante, nunca.

O alto consumo foi também um dos motivos do fracasso do modelo de seis cilindros, que tinha um desempenho sofrível e consumo igual ao do modelo de oito cilindros. Com a crise de combustível, em 1975 surgia o modelo com quatro cilindros em linha.

Sem nunca ter sido um sucesso de vendas, e demonstrando o erro ao não ter apostado no Taurus, em abril de 1979 a Ford descontinuou o Maverick depois de terem sido produzidas 108.106 unidades. Porém, até hoje o carro tem verdadeiros e apaixonados admiradores e é um dos carros mais desejados pelos colecionadores, cujo o preço é bem elevado.