Fiat Uno: de “bota ortopédica” a ícone dos brasileiros
Antônio Fraga destaca os 35 anos do modelo que virou queridinho; confira outras novidades do setor
Quando o Fiat Uno chegou, em agosto de 1984, a grande maioria torcia o nariz para o modelo. Não faltaram apelidos, o mais famoso foi de “bota ortopédica”. Durante um tempo, o Uno disputava os estandes das concessionárias Fiat com o 147 e muitos clientes, na hora da compra, ainda preferiam o modelo anterior. Hoje, o valente e competente Fiat Uno é um carro tão adorado pelos brasileiros, como já foi em sua época (ou até hoje) o VW Fusca. Com o slogan “Pequeno por fora e grande por dentro”, o modelo foi cativando o consumidor brasileiro. Os 35 anos no mercado são a prova do sucesso. Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o modelo foi lançado um ano antes na Itália e ganhou algumas modificações para o mercado brasileiro. Inclusive, motor a álcool. Até julho de 2019, foram produzidas cerca de quatro milhões de unidades do Fiat Uno. E um fato curioso: o Uno brasileiro chegou a ser exportado para o seu país de origem, a Itália.
Esquisitinha
Muitas marcas apregoam que fizeram o primeiro monovolume, segmento que fez muito sucesso há alguns anos e que hoje caiu em desgraça, em prol dos SUVs. Mas o primeiro monovolume surgiu em 1936. Com inspiração “art déco”, o Stout Scarab foi o desbravador do segmento. Idealizado pelo jornalista e engenheiro aeronáutico William Bushnell Stout, teve uma curta produção, de apenas nove anos. Curiosidade: a bordo de um Stout Scarab, o general Eisenhower e o general Charles de Gaulle tiveram uma reunião estratégica para decidirem os rumos da Segunda Guerra Mundial.
História criativa
Quem diria que um conto dos Irmãos Grimm, do século 19, iria influenciar a fabricante norte-americana Ford a desenvolver um novo sistema de navegação. Como na famosa história de João e Maria, ele usa a tática das “migalhas de pão” para marcar o caminho, aplicando um alfinete virtual no mapa a cada segundo para que o motorista possa encontrar a trilha de volta com facilidade. O novo recurso aumenta a liberdade de quem gosta de se aventurar em trilhas fora de estrada, onde a falta de sinalização na pista e pontos de referência dificulta a localização e os navegadores convencionais atuam de forma limitada. Desenvolvido pela Ford Performance, o novo sistema equipa a nova Ranger Raptor na Europa.
Belo brinquedo
A segunda geração do Range Rover Evoque vai premiar os consumidores brasileiros com uma versão antes não disponível: a SE R-Dynamic, que chega ao mercado brasileiro no próximo mês por R$ 281.600,00. A versão muito bem equipada e esportiva terá motor de dois litros turbo com tecnologia flexível (etanol ou gasolina) que desenvolve até 250 cavalos de potência e 37,2 kgfm de torque entre 1.300 e 4.500 rotações. A transmissão automática tem nove velocidades, com opção para trocas sequenciais no volante. O Evoque SE R-Dynamic atinge os 230 km/h de velocidade final e acelera de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos.
Quebrar paradigmas
O preconceito que os consumidores brasileiros têm em relação aos carros chineses vai acabar. E um dos modelos que vai ajudar nessa mudança é o JAC T80. O carro é uma excelente surpresa. O acabamento é superior ao de muitos carros premium, assim como o espaço interno e o competente motor. Mais um encaixado no segmento de SUVs, o modelo top da marca foi desenvolvido no Centro de Design da JAC Motors, em Turim, na Itália. Por dentro, os passageiros das fileiras da frente e do meio estão maravilhosamente instalados. Os da última, assim como os demais veículos de sete lugares, só crianças pequenas. O acabamento é refinado, com couro de bom padrão e muito elegante. O painel é digital, com uma tela de 12,3 polegadas em LCD, muito bonito e três opções temáticas.
No console central, o que não falta são botões. Para quem gosta, é um prato cheio e ainda conta com uma tela multimídia de 10 polegadas, com conectividade, que inclui espelhamento com Android e iOS. O T80 conta com um motor de dois litros 2.0 turboalimentado com intercooler, que produz 210 cavalos e 300 Nm de 1.800 a 4.000 rpm. A velocidade máxima é de 217 km/h e vai da imobilidade até os 100 km/h em apenas 9,2 segundos. Ou seja, números muito bons para um SUV de sete lugares. O câmbio DCT tem dupla embreagem.
Com muita tecnologia embarcada, o modelo tem boa aderência e estabilidade em curvas. Já o conjunto de freios é eficiente e conta com freios a discos nas quatro rodas com a tradicional “sopa de letrinhas”: ABS, BAS e BOS, sendo esses dois últimos, respectivamente, Brake Assist System e Brake Overide System, isto é, assistência em frenagens de pânico e sistema de “cancelamento”, que atua quando se pisa simultaneamente em freio e acelerador . Tudo isso por algo em torno de 140 mil reais.
E por falar em JAC…
E por falar em JAC, vale fazer um reconhecimento a um empresário brasileiro que é exemplo de otimismo no Brasil. Em março de 2011, Sergio Habib, dono de concessionárias de diversas marcas e o importador oficial da Citroën, iniciou as atividades da JAC Motors. Com uma espetacular e agressiva campanha de comunicação, a marca com apenas dois modelos, J3 e J3 Turin (hatch e sedan), vendeu três mil unidades já no mês seguinte. A Toyota demorou 11 anos para vender três mil carros por mês. E com esses números, a JAC foi se mantendo até o mês de agosto daquele ano. Com seis meses e com carros já comprados na matriz da JAC, na China, obviamente sem direito a devolução, o ministro da Economia do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, baixou um decreto taxando em mais 30 pontos percentuais no IPI quem não tivesse fábrica no Brasil. Sem poder passar para o consumidor essa aberração, a JAC teve que conter seus negócios, diminuir as concessionárias e rever seus planos de importação e comunicação. Os planos da fábrica na Bahia foram adiados, afinal não faziam sentido, já que a demanda vinha diminuindo. Mesmo vendendo parte de seu patrimônio, inclusive do pessoal (que empresário faz isso?), Habib continua trazendo novos carros para o país e acreditando no mercado. Agora, em mais uma prova de otimismo, vai investir na importação de carros elétricos da marca JAC para o Brasil.
Stock faz mais um milionário
E na Corrida do Milhão, da Stock Car brasileira, deu mais uma vez o piloto Ricardo Maurício, da Eurofarma. Mas uma punição ao piloto Lucas di Grassi, justa, mas além do merecido, tirou a possibilidade de uma boa disputa no final da prova entre ele e o vencedor. Di Grassi é um dos melhores pilotos em atividade no mundo. Porém, muito arrogante. Ele, que era piloto convidado e correu pela equipe Eurofarma, foi o mais rápido todos os dias em Interlagos, tanto nos treinos como na corrida. A prova foi emocionante e muito bem organizada, mas o final… Agora, se não era para ele ganhar, por que convidaram?