Coluna “De carro por aí ” – Por Roberto Nasser

Caricatura Roberto Nasser

Coluna 1417   05.Abril.2017                                

 

up!, segunda edição, revisto e melhorado

Quem vir o Volkswagen up! com vendas a partir do próximo feriado, terá clara noção de maturidade de automóvel. Ícone da marca, atrevido em estilo e performance, a primeira revisão estética indica novos traços frontais e posteriores, para dar sensação de largura, frente com a atual assinatura familiar da maior das marcas alemãs. Para choques em maior porte, novo grupo óptico, friso cromado entre os faróis e equivalente assinando a fímbria inferior da tampa do porta malas. Mudanças nos anteparos geraram mais 8 cm em comprimento, agora 3,68m. Nova arte conseguiu tirar a cara de carrinho de brinquedo e deu-lhe mais personalidade.

Geral

Juristas usam expressão típica, própria, peremptória, para definir coisas: Prima Facie, dizem. Na prática do pé no chão é o “tá na cara”. Do tipo viu, entendeu.

O verbete dos juristas é claramente aplicável a esta 2a edição do up! Nela perceptível o ganho de qualidade por materiais, delicadezas tecnológicas para atender a novo padrão de exigência de consumidores jovens, maioria dos clientes do up!. Querem conectividade, e a Volkswagen criou solução muito interessante para combinar condução com o uso do celular, é o Composition Phone –que coisa cansativa este uso desenfreado de expressões em inglês para descrever automóvel feito no Brasil … Todos os up! portam apoio sobre o painel para atracar o celular. Baixado um programa, o Maps+More enlaça rádio, up! e SmartPhone, cuja tela passa a ser a do sistema de som e adicionalmente permite controlar funções do celular via comandos do som; mostrar atalhos para agenda; fazer e receber ligações; escutar música arquivada; utilizar aplicativos como Spotify e Wase, e chamada para o Volkswagen Service, para serviços de apoio. Tem mais: navegação, com procura por desenho de uma letra na tela; condução econômica; computador de bordo; espelhar mostradores como o conta giros e o termômetro; busca de endereços, contatos, músicas salvos no telefone.

Up! grading

Com desculpas aos leitores pelo irrefreável trocadilho, o salto maior para o up! foi a agregação de tecnologia, conectividade, refinamento no interior, com itens inusuais em carros desta categoria, como o painel de mostradores maiores, a composição com uma faixa no painel, sem revestimento externo e a superior almofadada, um fio de luz percorrendo toda a extremidade inferior. Além deste item de luminosa presença à noite, há sensores indicativos para a abertura individualizada de portas, alerta sonoro de faróis acesos.

Virá apenas com 4 portas, em três versões de decoração e composição – take up!, move up!, e high up!, além da fugaz Connection. Duas opções de motores, ambos de 3-cilindros, 1,0 litro de deslocamento, 12 válvulas. Um, dito MPI, com aspiração atmosférica e 82 cv com álcool e 75 cv consumindo gasálcool. Outro, TSI, turbo, mesma conformação, mas gerando 101 cv.

Clientes

Insuspeitado marqueteiro, festejado Milton Nascimento canta, o artista deve ir onde o povo está. É a base do marketing ir atrás do cliente. Assim, indo, além da demanda por design, preço, condições, conectividade, VW percebeu outro item na conta de exigências dos compradores: recorde de consumo. É importante ser o mais econômico no mercado. Por isto implementou a nova geração, submetendo-a a nova avaliação do Inmetro para tê-la, ao momento, como de menor consumo no país.

Há adições importantes como vir equipado com engates Isofix e Top-Tether para retenção de cadeirinhas para crianças. Acima da versão de entrada,  bancos traseiros com cintos retráteis, três apoios para cabeça – coisa inexplicável: gente com renda menor pode ser expor a danos maiores em caso de acidente?

Atração lógica é o custo de conserto, dito Índice de Reparabilidade. O up! é o de consertos mais baratos no país.

Área de comunicação da Volkswagen ter-se-á inspirado em algum manual de aviamento de remédios homeopáticos, tratando lançamentos e apresentações em doses pequenas, contidas, como seriadas gotas e bolinhas. No up! está sendo assim. Nesta semana exibiu a nova versão Connect e os dados comuns às demais, conseguindo bom espaço de divulgação. Dia 17, apresentação das demais, e mais espaço gracioso sobre o produto. Após, test drives e mais cobertura sem custos. Fonte da marca prometeu versão inesperada, outro gerador de espaço sem ônus para divulgação.

 

Foto Legenda 01

 

up!, como nos livros, segunda edição revista e melhorada

 

Quer conhecer Renault Kwid e Amarok V6?

Vá ao Salão de Buenos Aires, 10-20.junho

Exposição será nas instalações múltiplo uso de La Rural, cujo pico é, como o batismo esclarece, exposições de semoventes. Na variedade dos cavalos de potência, dentre as novidades, duas serão antecipação ao mercado brasileiro: Renault Kwid e picape VW Amarok 3,0 V6.

Sétima edição de segunda fase, mercado local em recuperação, quer atingir 500 mil visitantes e superar os 270 veículos expostos na edição de 2015.

Renault Kwid será novidade da marca francesa, passo de entrada no mercado brasileiro, plotando tê-lo como o carro nacional mais barato do mercado, como foi o antecessor Clio. Mantido o foco, disputará com o sino paulista Chery QQ, a improváveis R$ 29.990. É hatch mas chama-lo-ão indevidamente suv ou simploriamente jipinho, mania da imprensa não especializada.

Pequeno, motorização 1,0 tri-cilíndrica, 75 cv. Tem a seu favor peso contido, pouco superior a 800 quilos, cabendo a cada cavalo deslocar poucos quilos. Consequências físicas, boa disposição e respostas com consumo reduzido. Não é o mesmo já em produção na Índia, porém com muitos reforços estruturais para passar na prova de impacto do LatiNCAP.

Será produzido no Brasil, mas o Salão portenho é ótima ocasião para apresentá-lo ao desejado mercado argentino. Lançamento local em julho.

Topo

O picape VW Amarok deveria surpreender o mercado com atualização estética, pois já na hora. Mas VW não o fará. Entende, criar opção com motor V6, diesel, por si só será atrativa à aquisição.

Motor é comum ao VW Touareg, Audi Q7 e Porsche Cayenne: diesel, seis cilindros em V, 3.000 cm3 de cilindrada, injeção direta, turbo, produz 220 cv e monumentais 55 m-kgf de torque. Dúvidas quanto à transmissão, com seis ou oito velocidades, automática. Será o picape deste porte com maior capacidade de aceleração, buscando clientes de topo do agro negócio, tipo usuários de botas sob medida, relógio Rolex Daytona, chapéu Stetson.

É argentino, mas tem no Brasil seu maior mercado.

 

Foto Legenda 02

Amarok V6 antecipação em Buenos Aires

 

Roda-a-Roda

Ambiente – Decisão legal do Dieselgate, irônico apelido do caso das emissões extra normas dos motores VW 2,0 diesel, criaram problema insolvível: Justiça dos EUA obrigou VW recomprar Golfs e Passats com tal motor.

Lixo de luxo – Enorme frota se acumula aos milhares, e VW não decidiu solução: vender a países sem ou com menores restrições a emissões poluentes, montando estrutura assistencial; ou desmontá-los a céu aberto, gerando poluição ambiental muito superior às emissões?

 

Foto Legenda 03

Passats e Golfs recomprados pela VW. Desmontar poluirá mais.

 

Papéis – Nissan iniciou construir escritórios de administração da marca na Argentina, dentro da pioneira fábrica de veículos implantada em 1955 pela IKA – braço da Willys-Overland – em Córdoba, 710 km de Buenos Aires.

Missão – Gerirá produção, vendas internas e externas do picape NP 300 Frontier, invulgar por apresentar-se como: Nissan, Renault e Mercedes-Benz.

Parafusos – Produção será na área da fábrica atualmente da aliada Renault, a partir de 2018. Fará 12ª geração de picapes Nissan, ora trazida do México.

 

Foto Legenda 04

Equipe posa na área para escritórios Nissan, e deixa dúvidas: Porque só os japoneses usam crachá ?
Os outros, argentinos, começarão a obra com simplórias pás?

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Gol fica – Com o anúncio pela Volkswagen em relançar linha Polo no Brasil, marca enfatiza ser novo produto, e não substituto do Gol. Família própria terá hatch até o final do ano; sedã Virtus ao início de 2018; sav T Cross ao final. VW mostrou-o como conceito no Salão do Automóvel ano passado.

De novo – Toyota vende nova geração do RAV4, conhecido sav da marca. Cortou a tração nas 4 rodas e simplificou mecânica para tração dianteira, motor 2,0, transmissão CVT, batizando-o RAV4 4×2 CVT Top. A R$ 159.290.

História – RAV4 factibilizou o uso urbano dos veículos com atributos de off road, e abriu caminho aos fabricantes ocidentais. Inspirou-se no Lada Niva, bem bolado jipinho russo, inventor do segmento.

Outra – Fosse feito por empresa com responsabilidade construtiva, o Niva teria passado o rodo no mercado. Mas na vigência e nos eflúvios da cabeça comunista da União Soviética, sem compromisso de qualidade com o mercado, mostrou a fórmula, o caminho, inspirou a quase todas as marcas no mundo.

Antigos –  8a edição do Auto Argentino, encontro a veículos de produção no vizinho país, organizada pelos sítios Autohistoria  e Coche Argentino, e o Rotary Club de Francisco Álvarez. Neste ano, comemorações de 60 anos da Peugeot na Argentina e de lançamento da Willys Rural, lá a IKA Estanciera.

Efervescência – Rumor no mercado de assessoria de comunicação profetiza mudanças em duas marcas. Lugares poucos, candidatos muitos.

Gente – Rogério Louro, carioca, jornalista, promoção. Novo Diretor de Comunicação da Nissan. Fez o impossível com equipe pequena: lançou o Kiks em meio à esmagadora e diuturna atividade de promover os Jogos Olímpicos e acompanhar a tocha símbolo. Mila Poli, executiva, ascensão. Gerente de Comunicação Externa da Nissan.  Estrutura de comunicação Nissan instiga pesquisa de administração. Escritórios espalhados pela América Latina, consultas, palpites e anuências em três cidades diferentes, idiomas diversos, burocracia com a lógica cartorial lusitana. Cauã Reymond, ator,  negócio.Embaixador da linha Range Rover no Brasil. Registro. 4.abril marcou a passagem deKarl Benz, factibilizador do automóvel, em 1929. OOOO edita@rnasser.com.br