Pesquisa do Instituto Datafolha mostra que 92% dos moradores da cidade de São Paulo sabem que a poluição do ar reduz a expectativa de vida. A pesquisa, realizada a pedido da Controlar, mostra também que os entrevistados dão em média nota 3,5 (em uma escala de 0 a 10) para a qualidade do ar. O estudo aponta ainda quais medidas a população está disposta a adotar para melhorar o ar da cidade, uma delas é a inspeção ambiental veicular. Antes de saber sobre os benefícios da inspeção, para 78% dos entrevistados, a inspeção deve continuar.
A correlação entre poluição e doenças é muito clara para o paulistano. Para 92% dos entrevistados, a poluição é responsável por doenças respiratórias; para 76%, a poluição causa câncer e para 64%, infarto. Conjuntivite, alergia, gripe, dor de cabeça e doenças de pele também são citadas como problemas relacionados à má qualidade do ar.
Apesar dessas preocupações, a poluição ainda não é considerada o principal problema da cidade – saúde, transporte e violência aparecem nos primeiros lugares. Mesmo assim, 70% dos cidadãos ouvidos pela pesquisa declaram estar atentos à questão da poluição. Para 89%, a qualidade do ar é baixa na cidade como um todo. Em relação à região onde moram, 70% consideram que respiram um ar inadequado.
As causas da poluição são atribuídas, em respostas múltiplas, aos carros – ou excesso de carros – por 76% dos entrevistados. Apenas 26% atribuem a responsabilidade aos ônibus e caminhões e 22%, às industrias.
Os moradores da cidade também têm clareza sobre a responsabilidade pelo esforço de redução da poluição, que é compartilhado: 54% entendem que a Prefeitura é responsável por reduzir a poluição na cidade; 49% atribuem a responsabilidade à população; 47%, ao governo do Estado e 33% às empresas.
A inspeção veicular (21%) e o rodízio de veículos (16%) são as principais medidas reconhecidas pela população para melhorar a qualidade do ar na cidade. Entre os entrevistados, 78% defendem que a cidade continue a realizar a inspeção ambiental veicular para combater a poluição do ar. Desses, 58% dizem que o programa deve ser mantido, com a Prefeitura pagando a taxa por meio da arrecadação de impostos e 20% consideram que o programa deve ser mentido com cobrança de taxa de inspeção.
O que o paulistano está disposto a fazer?
Também é destaque da pesquisa a disposição do paulistano em mudar seus hábitos para contribuir no combate à poluição. Usar menos o carro (25%), fazer trajetos a pé (19%) e usar a bicicleta (8%) são opções consideradas pelos entrevistados.
O cuidado com as áreas verdes também aparece como uma atitude positiva: 20% estão dispostos a plantar e a cuidar das árvores para ter um ar mais limpo. Apesar da boa vontade, o paulistano ainda se mostra pessimista quanto à mudança de atitude das pessoas: 72% acham que a população não está disposta a mudar os hábitos em prol da qualidade do ar da cidade.
Para conhecer a percepção e o conhecimento dos paulistanos sobre a qualidade do ar, o Datafolha entrevistou 600 pessoas nos dias 10 e 11 de setembro. A margem de erro é de 4 pontos porcentuais para mais ou para menos.