Coluna “De Carro Por Aí” – Roberto Nasser

        Nasser2Coluna 2213  29.Maio.2013
Começar de novo. Os motores com três cilindros

 

Quarenta e cinco anos e muitos meses após findar a produção dos motores 1.0 com três cilindros, a Volkswagen volta a fazê-los. Os de boa memória e os versados em indústria automobilística nacional lembrar-se-ão dos engenhos de origem DKW aqui lançados pela Vemag, assumida e fechada pela Volkswagen. Mas a semelhança aí se encerra. Os pioneiros, resistentes, simples, operavam no ciclo de dois tempos. Os atuais, em 4T, apesar do mesmo deslocamento, tem 4 válvulas por cilindro – os anteriores as dispensavam -, injeção direta de combustível, e produzem aproximados 80 cv. Os outros, em torno de 60 cv. Em torque, respectivos 8,5 e 9,6 kgfm – tremendo ganho.

Novo ciclo

No atual ciclo da indústria automobilística, quando os advogados das ONG e das áreas de governo ligadas à ecologia e ao planejamento, definem regras para consumo e emissões dos combustíveis, obrigam a engenharia interpretá-las e dar solução. Motor de três cilindros é a resposta física às normas legais.

A VW iniciou fazê-los em sua fábrica em São Carlos, SP, em projeto de ascensão institucional, e para tracionar seu produto de começar de novo, o UP! Mas os 3 cilindros estão no mercado há algum tempo: o Kia Picanto e sua releitura, o Hyundai HB 20 os utilizam tais deslocando 1 litro.

A demarragem vwana é no Fox. Tem porte adequado, veste-o bem, dá-lhe empurrão e sobrevida. No UP! ao final do ano.

No geral

VW larga na frente – com seguidores. Ford testa-os para produzir a curto prazo. Em longo, franceses PSA – Peugeot-Citroën, e Renault, revisaram os atuais para delongar sua vida útil. Fiat, no extremo, com dois cilindros.

Não é restrita ao Mercosul. Nos EUA GM aplica US$ 332M para novos 3 e 4 cilindros, base da nova família Ecotec – e diz, para o mítico e luxuoso Cadillac; Ford o produz com EcoBoost – nos EUA é o turbo – e o aplica ao Fiesta e tenta no Focus. Mercedes negocia acordo de cooperação com a Ford: recebe a tecnologia do motor 3 cilindros, em troca da aplicada em seus motores da Classe E, da combustão estratificada, redutora de  consumo.

Desenvolve motor para o Smart no acordo com Renault e Nissan. Na prática estas marcas te-lo-ão operacionais a curto prazo. Será uma ONU – ou uma babel – mecânica, coisa à altura do Roberto Azevêdo nosso respeitado embaixador na OMC: alemães da Daimler, franceses da Renault, japoneses Nissan, estadunidenses Ford, falando alguma língua estabelecida como comum e todas as perdas de tradução – que sorte não haver chineses nesta mesa…

Dentre os alemães, Audi o desenvolve a partir do VW; BMW o tem, ampliado a 1.500 cm3, e já aplicado ao Serie 1.

Parece curioso tal tecnologia não ter sido adotada antes, pois a japonesa Subaru a empregava no seu modelo Justy – construído no Canadá como Geo -, mas era vista, naqueles dias de petróleo a 1 dólar o galão – 3,6 litro -, como coisa de motocicleta movendo automóveis. Hoje, a US$ 4, reduções de consumo são bem vindas.

Por pensar mecanicamente pode-se alegar serem ásperos, terem som esquisito pela ausência de uma explosão no ciclo, vibrar por não haver explosões harmônicas nos cilindros das extremidades. Mas a tecnologia é dominada. Suzuki tinha-a nas motos com 2 e 4 tempos, Honda aplicou-a no híbrido Insight em 1999, e a inglesa de motos Triumph em vários modelos.

Eixos contra rotantes para anular as vibrações ou o sistema da Ford que desbalanceia finamente o volante-motor, tecnologia existe e o rendimento melhora com multi válvulas, aberturas variáveis, injeção direta, turbo. Eventuais deficiências, mascaradas por transmissões de democratizadas 8 marchas. Diz a Ford sacar iniciais 123 cv de seu 1.0, assim como a BMW fazer o três cilindros 1.500, bi turbo – grosso modo, a metade do motor 3.0 seis cilindros – preste atenção no motor BMW porque ele tracionará o ainda não caracterizado modelo de BMW ou Mini a ser produzido em Santa Catarina. Trocou a liga de nicasil do bloco por alumínio em bloco, cabeçote e carter.

A engenharia alemã da BMW troca em miúdos: os motores são mais leves, mais curtos, gastam e emitem menos. E, dado interessante: pico da eficiência atual é deslocar 500 cm3, gerando entre 47 e 64 cv por cilindro – ou 94 a 128 cv/litro. E o motor pode se expandir em unidades – 1,2,3,4, 6, e emendá-los pelo carter, fazendo V8, V12, V16… cilindros.

Futuro

Outra curiosidade tecnológica iluminando o caminho do futuro é a enorme aplicação de componentes comuns e similares para gasolina e diesel, na Europa equilibrados numericamente na aplicação em automóveis. Hoje separados na linha de produção de motores.

O caminho está aberto em nome da redução do atrito de peças móveis, do movimentar menor número de componentes, por redução de peso.

Nesta direção, tenho a mais clara das certezas, o próximo passo será revitalizar o uso dos motores dois tempos, em nome de todas e tai vantagens. Afinal, num comparativo, como diziam os anúncios da Vemag, o 1.0 em ciclo 2T possui apenas 7 peças móveis. Em 4T, quase dez vezes mais. O motor 4T é um desperdício produzindo energia a cada giro de 720 graus. O 2T, pela metade.

A Audi deve estar procurando nas gavetas os desenhos antigos da DKW, sua parceira na Auto Union… (RN)

Foto Legenda 01 coluna 2213 Cadillac

 Já imaginou ? Cadillac com motor 1.0 de três cilindros ?

 

Passado e futuro, o 1.0 três cilindros, 2T. No caso, o Auto Union/Vemag

Allan Mullaly, CEO da Ford beija o motor 1.0, três cilindros, EcoBoost

 

 

Roda-a-Roda

Meio termo – Mercedes iniciou distribuir o novo GLK 220, intermediário entre automóveis e a linha de utilitários esportivos ML. Motor diesel, 2.2, 170 cv e uns 40 quilos de torque, caixa automática com sete velocidades, tração nas quatro rodas e ótimo pacote de segurança.

E ? – É pouco vendido. Teria melhores números se a suspensão fosse elevada a limite máximo de conforto para senhoras entrar e sair, dando-lhe a cara agressiva sugeridas pelas linhas. Mais alto, mais porte e mais jeito de Macho-Man buscados em SUVs e picapes grandes. Versão simples, CDI, R$ 170 mil. De topo, CDI Sport, R$ 200 mil.

Mercedes GLK. Diesel, com tecnologia, falta altura para impor-se

 

Jogo duroAntiguidade não é posto. Após 91 anos na Austrália, a Ford parará fazer automóveis em 2016. No mercado, ¼ do tamanho do brasileiro, perdeu 451M euros nos últimos seis anos.

Curiosidade – Antes, lançará o Falcon modelo 2014, tentará recolocar os 1200 funcionários da empresa, e as 200 revendas terão apenas importados Explorer, Taurus e Mustang. Diz, fazer carros na Austrália, é inexplicavelmente caro: 2x o custo europeu e 4x o asiático. Capital não tem pátria.

Método – No Brasil, o programa Inovar-Auto, troca impostos e barreiras por produção nacional. Na Argentina governo notifica todas as montadoras e  produtoras de auto peças a aumentar a nacionalização dos veículos.

Por pensarJá que vamos trazer médicos de Cuba, porque não trazer políticos da Suéci a ? Sugestão na Internet.

Consequência – Dentre tantas manifestações opostas à vinda de médicos cubanos, curiosamente o sindicato dos tradutores não se manifestou. Afinal, para cada médico que não fala português, será necessário um intérprete.

Moda – Mania paulistana, todas as marcas com pretensões a atingir público que se entende com poder aquisitivo, instala base em Campos do Jordão. Trato, test-drives e negócios com ritmo de lazer. Neste ano a Suzuki para lá levará seu Jimny. Nada de frescuras sociais, mas oportunidade de descobrir inimaginadas capacidades do jipinho em trilha exclusiva. Até 28 de julho.

Tudo junto – A Honda erigirá prédio horizontal em Sumaré, 120 km de S Paulo, onde tem fábrica de automóveis. Quer a empresa junta, exceto banco, consórcio, financeira, e geradores – são importados. Nova gestão quer crescer.

Publicidade – Dentre as dezenas de marcas de automóveis operando no país, a Fiat marcou o chão de sua liderança. Faz oportuna e simpática campanha convidando a população ao óbvio: acompanhar nas ruas as Copas das Confederações e do Mundo.

… II – Revenda das motocicletas Triumph em Brasília, a British começou bem. Anúncios em jornal, bem humorados, enfatizando a britanicidade das máquinas.

Serviço – Outra edição do bom trabalho jornalístico feito pela revista Autoesporte: Qual Comprar, junho, analisa 211 modelos de automóveis, nacionais e importados, até R$ 250 mil. Um facilitador.

Xing Ling – Na China, a Jianling Motors Corporation, dos utilitários e caminhões JMC, e sua sócia minoritária Ford farão fábrica de motores diesel.

Mudança – Pesquisa da agencia JD Power e da revista inglesa What Car no Reino Unido, deu Jaguar como a melhor marca, e o modelo XF o mais elogiado dentre modelos executivos. Land Rover, por sua evolução, rotulada “Star Brand”, marca estelar, entre as 10 melhores do mundo.

Surpresa – Durante o tempo de marcas independentes e após, com os amazônicos investimentos feitos pela Ford, tais resultados não foram obtidos, apenas pelos indianos da Tata, atuais proprietários.

Direcionado – Para relevantes produtores de Utilitários Esportivos, a japonesa Yokohama desenvolveu pneu especial, o Geolandar SUV. Garante rolar silencioso e aderência excepcional, especialmente em pisos molhados.

Todos – Original em Chrysler, Mercedes, Mitsubishi, Subaru, Toyota e para reposição em Cherokee, Honda CR-V, Tucson I e II – no Brasil se chama I35, Renault Duster, VW Tiguan, Audi Q5, Volvo XC60 … A partir de R$ 680 – cada. Tipo panaceia universal, promete durar mais, gastar menos e usar componente ecológico, o D Limoneno, no rés do chão dito Óleo de Laranja

GenteAbelardo Pinto, novo diretor comercial da Peugeot.
Poucos tão bem conhecem indústria e comércio como ele, ex-Ford, ex-Renault, ex-Nissan.
Mariozinho Leão, 81, usineiro e antigomobilista, operacional.
Leve pane no distribuidor, já refeito e drenado. Tropeço não impedirá ir a Pebble Beach, agosto. OOOO
Hector Trabucco, engenheiro, mba, argentino, quase topo.
Ex gerente geral América Latina da Gilbarco Veeder-Root, é novo DG incluindo o Brasil. Do ramo.
Segundo o CEO global, Trabucco é o cara. Sobrenome destes, convenhamos, até patrão respeita...
Felipe Nasr, piloto ascendente, embaixador.
Nomeado pela fabricante de relógios Tag Heuer, co patrocinadora da equipe Vodafone Mc Laren Mercedes. Nasr é nossa esperança de continuidade – e vitórias – na Fórmula 1.
Fabio Steinbruch, um príncipe no antigomobilismo brasileiro, Descoberta da Matzeiva, cerimônia judia para assinalar seis meses do passamento. Dia 02/06, 10h30, Cemitério do Butantã, SP.

 

Corridas no Brasil, Fiat ganha a primeira, e tem dúvida na segunda

Próximo mês, no 26, comemorar-se-ão 105 anos da primeira corrida de automóveis no Brasil, o Circuito de Itapecirica. Largada e chegada no Parque Antártica – hoje o estádio do Palmeiras. Paralelepípedos e terra em 75 km. Foi vencido pelo Conde Sylvio Álvares Penteado, com Fiat 40 hp – um automóvel de turismo com remoção do banco traseiro, para lamas, latas em geral. Com o automóvel, aplaudido por 10 mil pessoas, registrou o jornal Estado de São Paulo, Penteado fez o menor tempo entre os 16 concorrentes: 1h,30m – uns 50 km/h.

Um pico de desenvolvimento industrial e automotivo provocou a segunda corrida. Seria no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, mas o prefeito vetou-a. O então Estado do Rio bancou a ideia, e criou circuito até a então distante São Gonçalo, hoje ligada à então Nictheroy.

Inscreveram-se 16 genuínos sportmen, como ditos pela imprensa da época, incluindo um jornal francês, aptos a demonstrar conceito hoje despercebido: o automóvel como ferramenta de fácil domínio para ligar lugares e gentes. Para os 72 quilômetros de ida e volta a largada foi dada com intervalos de 3’.

Pouco mais de uma hora, toques de corneta avisavam da chegada do primeiro, o dr Borges Junior com um Fiat branco, liderando enorme nuvem de poeira. Tido e havido como vencedor até que o piloto do segundo veículo a chegar, o Dr Gastão Ferreira de Almeida, com Berliet 60 HP perguntou seu tempo, informado ter sido menor que o do Fiat.

Sim ou Não? A dúvida perdura até hoje, pois o Automóvel Club, organizador, não exibiu os dados de cronometragem, valendo os marcados pelos jornalistas do Correio da Manhã.

 

                                                                      

Coluna 2213  29.Maio.2013

Começar de novo. Os motores com três cilindros

Quarenta e cinco anos e muitos meses após findar a produção dos motores 1.0 com três cilindros, a Volkswagen volta a fazê-los. Os de boa memória e os versados em indústria automobilística nacional lembrar-se-ão dos engenhos de origem DKW aqui lançados pela Vemag, assumida e fechada pela Volkswagen. Mas a semelhança aí se encerra. Os pioneiros, resistentes, simples, operavam no ciclo de dois tempos. Os atuais, em 4T, apesar do mesmo deslocamento, tem 4 válvulas por cilindro – os anteriores as dispensavam -, injeção direta de combustível, e produzem aproximados 80 cv. Os outros, em torno de 60 cv. Em torque, respectivos 8,5 e 9,6 kgfm – tremendo ganho.

Novo ciclo

No atual ciclo da indústria automobilística, quando os advogados das ONG e das áreas de governo ligadas à ecologia e ao planejamento, definem regras para consumo e emissões dos combustíveis, obrigam a engenharia interpretá-las e dar solução. Motor de três cilindros é a resposta física às normas legais.

A VW iniciou fazê-los em sua fábrica em São Carlos, SP, em projeto de ascensão institucional, e para tracionar seu produto de começar de novo, o UP! Mas os 3 cilindros estão no mercado há algum tempo: o Kia Picanto e sua releitura, o Hyundai HB 20 os utilizam tais deslocando 1 litro.

A demarragem vwana é no Fox. Tem porte adequado, veste-o bem, dá-lhe empurrão e sobrevida. No UP! ao final do ano.

No geral

VW larga na frente – com seguidores. Ford testa-os para produzir a curto prazo. Em longo, franceses PSA – Peugeot-Citroën, e Renault, revisaram os atuais para delongar sua vida útil. Fiat, no extremo, com dois cilindros.

Não é restrita ao Mercosul. Nos EUA GM aplica US$ 332M para novos 3 e 4 cilindros, base da nova família Ecotec – e diz, para o mítico e luxuoso Cadillac; Ford o produz com EcoBoost – nos EUA é o turbo – e o aplica ao Fiesta e tenta no Focus. Mercedes negocia acordo de cooperação com a Ford: recebe a tecnologia do motor 3 cilindros, em troca da aplicada em seus motores da Classe E, da combustão estratificada, redutora de  consumo.

Desenvolve motor para o Smart no acordo com Renault e Nissan. Na prática estas marcas te-lo-ão operacionais a curto prazo. Será uma ONU – ou uma babel – mecânica, coisa à altura do Roberto Azevêdo nosso respeitado embaixador na OMC: alemães da Daimler, franceses da Renault, japoneses Nissan, estadunidenses Ford, falando alguma língua estabelecida como comum e todas as perdas de tradução – que sorte não haver chineses nesta mesa…

Dentre os alemães, Audi o desenvolve a partir do VW; BMW o tem, ampliado a 1.500 cm3, e já aplicado ao Serie 1.

Parece curioso tal tecnologia não ter sido adotada antes, pois a japonesa Subaru a empregava no seu modelo Justy – construído no Canadá como Geo -, mas era vista, naqueles dias de petróleo a 1 dólar o galão – 3,6 litro -, como coisa de motocicleta movendo automóveis. Hoje, a US$ 4, reduções de consumo são bem vindas.

Por pensar mecanicamente pode-se alegar serem ásperos, terem som esquisito pela ausência de uma explosão no ciclo, vibrar por não haver explosões harmônicas nos cilindros das extremidades. Mas a tecnologia é dominada. Suzuki tinha-a nas motos com 2 e 4 tempos, Honda aplicou-a no híbrido Insight em 1999, e a inglesa de motos Triumph em vários modelos.

Eixos contra rotantes para anular as vibrações ou o sistema da Ford que desbalanceia finamente o volante-motor, tecnologia existe e o rendimento melhora com multi válvulas, aberturas variáveis, injeção direta, turbo. Eventuais deficiências, mascaradas por transmissões de democratizadas 8 marchas. Diz a Ford sacar iniciais 123 cv de seu 1.0, assim como a BMW fazer o três cilindros 1.500, bi turbo – grosso modo, a metade do motor 3.0 seis cilindros – preste atenção no motor BMW porque ele tracionará o ainda não caracterizado modelo de BMW ou Mini a ser produzido em Santa Catarina. Trocou a liga de nicasil do bloco por alumínio em bloco, cabeçote e carter.

A engenharia alemã da BMW troca em miúdos: os motores são mais leves, mais curtos, gastam e emitem menos. E, dado interessante: pico da eficiência atual é deslocar 500 cm3, gerando entre 47 e 64 cv por cilindro – ou 94 a 128 cv/litro. E o motor pode se expandir em unidades – 1,2,3,4, 6, e emendá-los pelo carter, fazendo V8, V12, V16… cilindros.

Futuro

Outra curiosidade tecnológica iluminando o caminho do futuro é a enorme aplicação de componentes comuns e similares para gasolina e diesel, na Europa equilibrados numericamente na aplicação em automóveis. Hoje separados na linha de produção de motores.

O caminho está aberto em nome da redução do atrito de peças móveis, do movimentar menor número de componentes, por redução de peso.

Nesta direção, tenho a mais clara das certezas, o próximo passo será revitalizar o uso dos motores dois tempos, em nome de todas e tai vantagens. Afinal, num comparativo, como diziam os anúncios da Vemag, o 1.0 em ciclo 2T possui apenas 7 peças móveis. Em 4T, quase dez vezes mais. O motor 4T é um desperdício produzindo energia a cada giro de 720 graus. O 2T, pela metade.

A Audi deve estar procurando nas gavetas os desenhos antigos da DKW, sua parceira na Auto Union… (RN)

Foto Legenda 01 coluna 2213 Cadillac
Já imaginou ? Cadillac com motor 1.0 de três cilindros ?

Foto Legenda 02 coluna 2213  Auto Union Vemag

Passado e futuro, o 1.0 três cilindros, 2T. No caso, o Auto Union/Vemag

Foto Legenda  03 coluna 2213 Allan Mullaly
Allan Mullaly, CEO da Ford beija o motor 1.0, três cilindros, EcoBoost

 Roda-a-Roda

Meio termo – Mercedes iniciou distribuir o novo GLK 220, intermediário entre automóveis e a linha de utilitários esportivos ML. Motor diesel, 2.2, 170 cv e uns 40 quilos de torque, caixa automática com sete velocidades, tração nas quatro rodas e ótimo pacote de segurança.

E ? – É pouco vendido. Teria melhores números se a suspensão fosse elevada a limite máximo de conforto para senhoras entrar e sair, dando-lhe a cara agressiva sugeridas pelas linhas. Mais alto, mais porte e mais jeito de Macho-Man buscados em SUVs e picapes grandes. Versão simples, CDI, R$ 170 mil. De topo, CDI Sport, R$ 200 mil.

Foto Legenda 04 coluna 2212  Mercedes GLK220
Mercedes GLK. Diesel, com tecnologia, falta altura para impor-se

 Jogo duroAntiguidade não é posto. Após 91 anos na Austrália, a Ford parará fazer automóveis em 2016. No mercado, ¼ do tamanho do brasileiro, perdeu 451M euros nos últimos seis anos.

Curiosidade – Antes, lançará o Falcon modelo 2014, tentará recolocar os 1200 funcionários da empresa, e as 200 revendas terão apenas importados Explorer, Taurus e Mustang. Diz, fazer carros na Austrália, é inexplicavelmente caro: 2x o custo europeu e 4x o asiático. Capital não tem pátria.

Método – No Brasil, o programa Inovar-Auto, troca impostos e barreiras por produção nacional. Na Argentina governo notifica todas as montadoras e  produtoras de auto peças a aumentar a nacionalização dos veículos.

Por pensarJá que vamos trazer médicos de Cuba, porque não trazer políticos da Suéci a ? Sugestão na Internet.

Consequência – Dentre tantas manifestações opostas à vinda de médicos cubanos, curiosamente o sindicato dos tradutores não se manifestou. Afinal, para cada médico que não fala português, será necessário um intérprete.

Moda – Mania paulistana, todas as marcas com pretensões a atingir público que se entende com poder aquisitivo, instala base em Campos do Jordão. Trato, test-drives e negócios com ritmo de lazer. Neste ano a Suzuki para lá levará seu Jimny. Nada de frescuras sociais, mas oportunidade de descobrir inimaginadas capacidades do jipinho em trilha exclusiva. Até 28 de julho.

Tudo junto – A Honda erigirá prédio horizontal em Sumaré, 120 km de S Paulo, onde tem fábrica de automóveis. Quer a empresa junta, exceto banco, consórcio, financeira, e geradores – são importados. Nova gestão quer crescer.

Publicidade – Dentre as dezenas de marcas de automóveis operando no país, a Fiat marcou o chão de sua liderança. Faz oportuna e simpática campanha convidando a população ao óbvio: acompanhar nas ruas as Copas das Confederações e do Mundo.

… II – Revenda das motocicletas Triumph em Brasília, a British começou bem. Anúncios em jornal, bem humorados, enfatizando a britanicidade das máquinas.

Serviço – Outra edição do bom trabalho jornalístico feito pela revista Autoesporte: Qual Comprar, junho, analisa 211 modelos de automóveis, nacionais e importados, até R$ 250 mil. Um facilitador.

Xing Ling – Na China, a Jianling Motors Corporation, dos utilitários e caminhões JMC, e sua sócia minoritária Ford farão fábrica de motores diesel.

Mudança – Pesquisa da agencia JD Power e da revista inglesa What Car no Reino Unido, deu Jaguar como a melhor marca, e o modelo XF o mais elogiado dentre modelos executivos. Land Rover, por sua evolução, rotulada “Star Brand”, marca estelar, entre as 10 melhores do mundo.

Surpresa – Durante o tempo de marcas independentes e após, com os amazônicos investimentos feitos pela Ford, tais resultados não foram obtidos, apenas pelos indianos da Tata, atuais proprietários.

Direcionado – Para relevantes produtores de Utilitários Esportivos, a japonesa Yokohama desenvolveu pneu especial, o Geolandar SUV. Garante rolar silencioso e aderência excepcional, especialmente em pisos molhados.

Todos – Original em Chrysler, Mercedes, Mitsubishi, Subaru, Toyota e para reposição em Cherokee, Honda CR-V, Tucson I e II – no Brasil se chama I35, Renault Duster, VW Tiguan, Audi Q5, Volvo XC60 … A partir de R$ 680 – cada. Tipo panaceia universal, promete durar mais, gastar menos e usar componente ecológico, o D Limoneno, no rés do chão dito Óleo de Laranja

GenteAbelardo Pinto, novo diretor comercial da Peugeot.
Poucos tão bem conhecem indústria e comércio como ele, ex-Ford, ex-Renault, ex-Nissan.
Mariozinho Leão, 81, usineiro e antigomobilista, operacional.
Leve pane no distribuidor, já refeito e drenado. Tropeço não impedirá ir a Pebble Beach, agosto. OOOO
Hector Trabucco, engenheiro, mba, argentino, quase topo.
Ex gerente geral América Latina da Gilbarco Veeder-Root, é novo DG incluindo o Brasil. Do ramo.
Segundo o CEO global, Trabucco é o cara. Sobrenome destes, convenhamos, até patrão respeita...
Felipe Nasr, piloto ascendente, embaixador.
Nomeado pela fabricante de relógios Tag Heuer, co patrocinadora da equipe Vodafone Mc Laren Mercedes. Nasr é nossa esperança de continuidade – e vitórias – na Fórmula 1.
Fabio Steinbruch, um príncipe no antigomobilismo brasileiro, Descoberta da Matzeiva, cerimônia judia para assinalar seis meses do passamento. Dia 02/06, 10h30, Cemitério do Butantã, SP.

 

Corridas no Brasil, Fiat ganha a primeira, e tem dúvida na segunda

Próximo mês, no 26, comemorar-se-ão 105 anos da primeira corrida de automóveis no Brasil, o Circuito de Itapecirica. Largada e chegada no Parque Antártica – hoje o estádio do Palmeiras. Paralelepípedos e terra em 75 km. Foi vencido pelo Conde Sylvio Álvares Penteado, com Fiat 40 hp – um automóvel de turismo com remoção do banco traseiro, para lamas, latas em geral. Com o automóvel, aplaudido por 10 mil pessoas, registrou o jornal Estado de São Paulo, Penteado fez o menor tempo entre os 16 concorrentes: 1h,30m – uns 50 km/h.

Um pico de desenvolvimento industrial e automotivo provocou a segunda corrida. Seria no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, mas o prefeito vetou-a. O então Estado do Rio bancou a ideia, e criou circuito até a então distante São Gonçalo, hoje ligada à então Nictheroy.

Inscreveram-se 16 genuínos sportmen, como ditos pela imprensa da época, incluindo um jornal francês, aptos a demonstrar conceito hoje despercebido: o automóvel como ferramenta de fácil domínio para ligar lugares e gentes. Para os 72 quilômetros de ida e volta a largada foi dada com intervalos de 3’.

Pouco mais de uma hora, toques de corneta avisavam da chegada do primeiro, o dr Borges Junior com um Fiat branco, liderando enorme nuvem de poeira. Tido e havido como vencedor até que o piloto do segundo veículo a chegar, o Dr Gastão Ferreira de Almeida, com Berliet 60 HP perguntou seu tempo, informado ter sido menor que o do Fiat.

Sim ou Não? A dúvida perdura até hoje, pois o Automóvel Club, organizador, não exibiu os dados de cronometragem, valendo os marcados pelos jornalistas do Correio da Manhã.

Fiat corrida
Com Fiat, Conde Penteado vence a primeira corrida no Brasil.

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