A menos de um mês para comemorar os seus 70 anos de sucesso no Brasil, a Volkswagen já está em festa por conta de outra data importante: os 50 anos do lançamento da Brasília.
O modelo, que homenageava a Capital Federal, chegou ao mercado como uma revolução graças ao espaço interno, design moderno e motor resistente.
Com a mensagem publicitaria, “Uma nova tendência estilística para o automóvel brasileiro”, nascia a Brasília em junho de 1953. Nascia também um modelo icônico para a indústria nacional e que popularizou o segmento de hatches por aqui.
No bonito museu que a marca alemã guardada algumas preciosidades no interior da fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo, a Brasília tem um lugar de destaque.
1982 a última
No museu, onde tem modelos raros e valiosos, a Volkswagen do Brasil mantém uma unidade: uma Brasília 1982. A unidade foi uma das últimas produzidas antes do fim do modelo, saiu diretamente da linha de produção para as salas da engenharia da Volkswagen. Nunca emplacado, o modelo mantém toda sua originalidade e tem exatos 460 quilômetros marcados em seu hodômetro. Seu motor é um 1,6 litro a gasolina e carburação dupla.
Entre os destaques da unidade, pintada na cor metalizada Verde Mármore, estão o interior com revestimento vinílico nas portas e laterais de bancos, os detalhes em madeira no painel e até um simpático relógio do lado esquerdo do quadro de instrumentos. A versão LS também ostenta acendedor, bancos dianteiros com encosto para a cabeça e desembaçador traseiro.
Primeiro hatch
Em quase 10 anos de produção, o Brasília atingiu a marca de 1 milhão de unidades fabricadas em seu sétimo ano de mercado. Foi o segundo veículo a conquistar tal feito – o primeiro foi o Fusca.
Seu projeto começou ainda no início da década de 1970, com estudos e testes. O ponto de partida foi a plataforma mecânica da linha VW-1600, mas sua diretriz era clara: o mercado precisava de um veículo totalmente novo em estilo, em desempenho e de preço competitivo.
O primeiro passo foi a definição preliminar do estilo do veículo, sendo aprovado pelo então presidente da Volkswagen, Rudolf Leiding, e fruto do traço do designer Marcio Piancastelli.
O veículo concebido tinha o seu ponto marcante no tamanho do para-brisa dianteiro, de dimensões realmente incomuns para a época. Fato curioso é que os técnicos chegaram às primeiras medidas visando o estabelecimento das dimensões aproximadas que o veículo teria, adotando como padrão de medida um boneco com o tamanho exato de um brasileiro médio.
Vale ressaltar também que, absolutamente todo o processo de desenvolvimento do veículo, desde o projeto de estilo da carroçaria aos protótipos, esteve a cargo de engenheiros e técnicos brasileiros.
De linhas retas e equilibradas, a Brasília inaugurava uma nova tendência estilística para o automóvel brasileiro. Sua concepção obedeceu ao mais atualizado e racional design da indústria automobilística europeia da época.
Ainda seduzia amantes das viagens pelo grande porta-malas dianteiro de 135 litros e pelo bagageiro interno, que possuía 273 litros com a possibilidade de alcançar até 970 litros.
O responsável por fazer mover a Brasília era o motor 1.600 cm³ de 60 cavalos. Em 1975 veio a versão com dois carburadores, elevando a potência para 65 cavalos.
O modelo já trazia recursos de segurança como painel acolchoado, freios a disco na dianteira, trava especial no capô dianteiro e estrutura já desenvolvida para absorver a energia cinética em caso de colisão, preservando o habitáculo e a segurança dos ocupantes.
Foi exportado para mais de 25 países, incluindo México, Venezuela, Portugal e Nigéria, seus principais mercados. Saiu de cena em março de 1982.