Após cinco semanas de acompanhamento na queda no volume de cargas movimentadas no país, o Departamento de Custos Operacionais (DECOPE) da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística vem constatando o impacto da pandemia causada pela Covid-19 nas transportadoras.
A pesquisa desenvolvida com empresas de vários tamanhos e segmentos de todo o Brasil demonstra que a variação total chegou a 45,17% de queda no volume de cargas movimentadas. Para cargas fracionadas, aquelas que contêm pequenos volumes, a queda chegou a 47,58%, número que corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e de shoppings, além de supermercados e outros estabelecimentos. Já para cargas lotação ou fechadas, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são utilizadas basicamente nos abastecimentos industriais e no escoamento de safras, a pesquisa mostra diminuição de 43,34%, mantendo os dados das pesquisas passadas de enfraquecimento do comércio geral, indústria automobilística, eletrônica, linha branca, combustíveis, alimentos, dentre outros segmentos.
O percentual de empresas que tiveram queda significativa no faturamento saltou de 66% na primeira semana de acompanhamento para 89%, segundo os dados apresentados pelo departamento.
A queda em alguns Estados foi bem expressiva, como é o caso do Maranhão (75%), seguido de Mato Grosso (52,8%) e de Mato Grosso do Sul (51,2%), além de outras 15 regiões que continuam sofrendo queda significativa. O transporte rodoviário internacional de cargas já vinha sofrendo antes da crise com problemas políticos, com o fechamento de fronteiras e a dificuldade da circulação nos países de fronteira, como Argentina, Bolívia e Chile. Para piorar, também sofreu atualmente cerca de 61% de queda.