A Citroën aproveitou a realização do Rétromobile 2010 (Salão do Carro Antigo), ocorrido em Paris entre 22 e 31 de janeiro, para comemorar os 40 anos de dois modelos que fizeram parte da história da marca: o SM e o GS.
O SM foi um GT que conciliou desempenho com atecnologia da marca francesa.. Distinguiu-se, principalmente, por sua inovadora direção Diravi (um sistema que, mesmo com o carro parado, colocava as rodas em linha reta quando o motorista soltava o volante) e sua capacidade de cobrir grandes distâncias em alta velocidade oferecendo máximo conforto. E o GS, consagrado carro de 1971, modelo médio de cinco portas, trouxe também os valores da marca – em particular a suspensão hidráulica, consagrada no modelo DS da década de 1950. Detentor de grande sucesso internacional, o GS teve cerca de 1.900.000 unidades produzidas.
Além dos modelos clássicos, a Créative Tecnologie de 2010 também foi homenageada no evento com a exposição do primeiro representante da linha DS: o DS3.
Citroën SM
Apresentado com exclusividade mundial no Salão de Genebra de 1970, o SM imediatamente levantou uma questão: depois do Traction e do DS, como a Citroën reagiria frente a produção dos novos e sofisticados cupês da concorrência? A resposta foi dada de forma rápida.
O SM incorporou uma arquitetura semelhante à do DS (motor dianteiro, tração, suspensão hidráulica), acrescentando alguns ingredientes próprios: motor V6 e um surpreendente sistema de direção. O motor V6 de 2,7 litros foi desenvolvido em colaboração com a Maserati. Com 170 cv e velocidade máxima de 220 km/h, o SM foi incluído entre os grandes da época. Em paralelo, desenvolveu-se também uma segunda opção de motor com 3 litros e caixa de câmbio automática. Este abriria novos horizontes, como o mercado americano.
A direção assistida com volta à posição automática (Diravi) surpreendeu a muitos no início. Ela dava ao SM uma vivacidade digna de um carro de corrida, além de uma incrível facilidade de manobra para um carro de 4,89 m de comprimento. Outros equipamentos reforçaram o posicionamento do SM: volante regulável em altura e profundidade, faróis direcionais e um avançado sistema de climatização. Finalmente, a suspensão hidráulica, síntese excepcional de conforto e comportamento em estrada, deu-lhe ampla vantagem sobre seus concorrentes diretos, que não possuíam grandes avanços nessas duas áreas. O resultado dessa tecnologia é que o comportamento do SM e sua insensibilidade às condições meteorológicas desfavoráveis fez dele o rei da estrada, permitindo longas viagens com médias inimagináveis à época.
Com uma produção de 12.920 exemplares entre 1970 e 1975, o SM é um desses modelos que encantam seus proprietários, especialmente por seu desempenho e comportamento. Um modelo que ainda é utilizado no dia a dia com grande satisfação por colecionadores e amantes da marca.
Citroën GS
Segundo maior evento do ano de 1970 após o lançamento do SM, o público do Salão de Paris descobre o GS, estrela indiscutível da feira. Em breve seria coroado “Carro do Ano 1971” por um júri de jornalistas altamente especializados. O sucesso comercial do GS (1.874.754 exemplares de 1970 a 1981) e do GSA (565.009 veículos de 1979 a 1987) atesta o sucesso comercial deste modelo que realizará uma carreira internacional de primeiro plano.
A receita para o sucesso: um carro médio, 5 lugares, bem adaptado às necessidades da época. Construído na fábrica de Rennes-la-Janais, na Grã-Bretanha o GS era dotado de estilo moderno e aerodinâmico, com motor de 4 cilindros e um volume habitável amplamente estudado. A suspensão hidráulica proporcionava conforto e dirigibilidade que seus concorrentes não eram capazes de oferecer. Algumas outras características faziam dele um modelo à frente de seu tempo, como seus quatro freios a disco ou seu amplo volume de porta-malas de 465 litros (710 litros para a versão break). Originalidades assinam o modelo: o freio de estacionamento com um tirante localizado no centro do painel ou seu velocímetro rotativo em um visor dotado de uma lupa.
Sua longa carreira foi marcada por muitas evoluções de carroceria (break, um novo estilo para se tornar GSA) ou mecânicas (cilindrada, caixa de câmbio de 5 marchas, transmissão C-Matic) e até mesmo uma efêmera versão Birotor (motor rotativo ciclo Wankel), com 847 exemplares construídos entre 1974 e 1975.